A operadora de rede móvel americana Africell, a primeira operadora totalmente estrangeira licenciada para fornecer serviços móveis em Angola, prometeu sacudir o mercado “excessivamente aconchegante” do país.
A empresa, de investidores norte-americanos com sede em Londres, Reino Unido, concluiu um acordo com o governo angolano em Fevereiro para se associar a três outras empresas de telefonia móvel que já operam no país.
O mercado de telecomunicações de Angola é dominado pela Unitel, uma operadora privada há muito liderada pela ex-primeira filha do país, Isabel dos Santos.
A empresária renunciou ao conselho de administração da empresa em Agosto do ano passado, citando um “clima de conflito permanente”.
O Presidente João Lourenço – que assumiu o cargo em 2017 – lançou uma proposta para recuperar Angola de 37 anos de suposta corrupção e nepotismo sob o governo de seu antecessor, José Eduardo dos Santos.
Dos Santos foi acusado de colocar amigos e parentes em cargos importantes no governo e nas empresas.
Lourenço assumiu o cargo com a promessa de transformar a economia dependente do petróleo.
A transformação exigirá “trazer uma pessoa de fora que abala um pouco o ambiente de negócios excessivamente aconchegante”, disse o director não executivo da Africell, Peter Pham, na sexta-feira.
A abertura do concurso a players internacionais ajudou a quebrar “algumas das tendências monopolistas” que se instalaram “no regime anterior” diz Pham.
Para a Africell, mudar para Angola é uma “oportunidade única… de entrar num mercado que está fechado há tanto tempo”, disse ele.
A Africell actualmente opera redes de telecomunicações na República Democrática do Congo, Serra Leoa, Gâmbia e Uganda.