O presidente do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) disse hoje que espera o primeiro balanço de Angola sobre objetivos de desenvolvimento sustentável reflita, de forma geral, as dificuldades dos países menos desenvolvidos.
Munir Akram, representante permanente do Paquistão junto das Nações Unidas (ONU) e presidente do ECOSOC, disse hoje em Nova Iorque, questionado pela agência Lusa, que a primeira apresentação de Angola do relatório nacional voluntário sobre o desenvolvimento, na próxima terça-feira, 13 de julho, deverá “refletir os desafios de desenvolvimento que muitos outros países enfrentam”.
Munir Akrim acrescentou, porém, que “Angola é um país muito peculiar, um país menos desenvolvido e produtor de petróleo, com uma economia única”.
O presidente do ECOSOC considerou que toda a comunidade internacional “aguarda com expectativa uma conversa com Angola” e concluiu com a “certeza” de que Angola vai “identificar formas de cooperação multilateral e bilateral para o futuro”.
A apresentação da revisão nacional de Angola será realizada na terça-feira, 13 de julho, no Fórum Político de Alto Nível sobre desenvolvimento sustentável, promovido pelo ECOSOC, que teve início esta segunda-feira e se prolonga até 16 de julho, até à adoção de uma resolução ministerial sobre o desenvolvimento sustentável.
O presidente do ECOSOC salientou, em conferência de imprensa, que o fórum reúne-se numa altura “extremamente difícil”, com vários desafios: a pandemia de covid-19, retrocesso no desenvolvimento e crise climática.
Os relatórios nacionais voluntários são focados na implementação de objetivos de desenvolvimento sustentável, definidos e assumidos na Agenda 2030.
Segundo o diplomata paquistanês, as revisões nacionais “não só apontam desafios e dificuldades nas políticas que os países formularam, mas também as expectativas na cooperação e apoio do sistema multilateral global e parceiros bilaterais”.
O interesse de Angola para apresentar a revisão nacional pela primeira vez foi expresso numa carta do Ministro da Economia e Planeamento, Sérgio dos Santos, a 13 de maio de 2020.
Segundo documentos disponíveis ‘online’ na plataforma do Fórum Político de Alto Nível, Angola está a realizar “uma série de reformas importantes no domínio económico” e os esforços do governo resultaram numa melhor avaliação do país (para nível médio) no índice de desenvolvimento humano.
O documento cita que “Angola é dotada de importantes recursos humanos e naturais, essenciais para a transformação e diversificação estrutural e para potenciar a produtividade e a prosperidade inclusivas e sustentáveis, reforçadas por instituições sólidas”.
Um dos maiores deságios é aumentar a qualidade do trabalho e reduzir a pobreza multidimensional, fornecendo “acesso inclusivo” a “educação de qualidade, capacitação técnica e profissional, água potável, energia elétrica, internet ou crédito”.
A graduação de Angola da categoria de País Menos Avançado foi adiada até 2024, numa resolução de fevereiro em que a Assembleia Geral da ONU manifestava “profunda preocupação com a prolongada recessão económica” e “vulnerabilidades socioeconómicas” em Angola.