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Portugal: Angola tem metade das “doações de sangue necessárias” e enfrenta défice nos hospitais

A diretora do Instituto Nacional de Sangue de Angola disse hoje que o aumento dos casos de malária está associado a anemias, assumindo que há défice de sangue nos hospitais e que o país tem apenas metade das doações necessárias.

Em declarações à Lusa, à margem das comemorações do Dia de Portugal em Luanda, assinalado com o lançamento de uma campanha de doação de sangue, Deodete Machado disse que nesta época do ano há sempre um aumento de casos por malária que se cruzam com a anemia.

“Por via do aumento dos casos, temos uma diminuição de ‘stock’, por isso contamos com a parceria da sociedade”, declarou, afirmando que hoje foi a vez da embaixada portuguesa que deu hoje início à campanha “Estarmos Juntos, Está-nos no sangue”.

“Pensamos que se trata de uma boa ajuda e que se deve repetir, vai ajudar a suprir a necessidade das pessoas que estão nas camas de hospitais”, frisou a responsável.

Deodete Machado sublinhou que a sociedade se deve organizar para doar sangue pois “todos podem ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas” e adiantou que “em situação normal, são necessárias em Luanda 300 unidades de sangue/dia”.

“Nesta altura, como a demanda é muito mais, precisamos de mais sangue”, reiterou.

No ano passado, foram recebidas 154 mil doações, mas as necessidades são estimadas em 300 mil, em situação normal, o que corresponde a 1% da população, com base nas orientações da Organização Mundial de Saúde.

“Em situação de crise, podemos falar em 3% a 5% da população a doar, isto quer dizer que temos de redobrar esforços, temos de fazer perceber as pessoas que o sangue é dado unicamente por humanos, que tem prazo de validade e que, na nossa situação, entra e é de imediato consumido”, destacou a diretora do INS.

A maior parte das doações que chegam ao Instituto são provenientes de familiares dos doentes.

“Nós não temos grupo de doadores voluntários, a maior parte das pessoas vão doar por que tem os seus amigos e parentes [internados], o sangue é direcionado. O que acontece é que estas pessoas, se tiverem doado só podem fazê-lo três meses depois se, for homem e quatro meses depois se for mulher”, prosseguiu, apontando situações particulares como os doentes de hemodiálise e anemia falciforme.

Deodete Machado pediu que “cada um faça o seu melhor” e deixou um alerta sobre o esgotamento do ‘stock’ de sangue.

“Estamos a falar de um produto extremamente necessário, que salva vidas, basta que tenha 18 anos, boa saúde e mais de 50 quilos de peso”, exortou

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