Outrora homem forte dos negócios de Isabel dos Santos, Mário Leite da Silva deu entrada com uma ação de 1,3 milhões de euros contra a Terra Peregrin, através da qual a angolana tentou comprar a PT SGPS.
Em 2014, Isabel dos Santos tentou comprar a PT SGPS, tendo oferecido 1,2 mil milhões de euros. A operação estava a ser realizada através da Terra Peregrin, sociedade acabada de criar e onde Mário Leite da Silva tinha lugar na administração. A OPA viria a cair pouco tempo depois, assim como caiu o império da empresária angolana após rebentar o caso Luanda Leaks, em 2020. Agora, o antigo gestor de Isabel dos Santos colocou uma ação de 1,3 milhões contra a Terra Peregrin, onde tinha ascendido a vice-presidente.
O ECO questionou Mário Leite da Silva sobre as razões do processo que interpôs no Juízo do Trabalho do Tribunal da Comarca de Lisboa, mas o gestor não quis fazer qualquer comentário. A petição, que deu entrada na segunda-feira, tem o valor de 1,27 milhões de euros.
Esta não é a primeira ação que Mário Leite Silva coloca contra uma empresa de Isabel dos Santos, na sequência do terramoto do Luanda Leaks – o caso rebentou no início de 2020 e provocou uma onda de demissões nos meses seguintes nas várias empresas controladas pela empresária angolana.
Em abril de 2021, Mário Leite da Silva avançou com uma ação no valor de 97 mil euros tendo como alvo a Fidequity – outra das sociedades do universo de Isabel dos Santos em Portugal. O processo, contou o Expresso na altura, visava assegurar o direito a salários que ficaram por pagar antes de expirar o prazo legal para a reclamação desses créditos laborais.
Outros antigos colaboradores de empresas de Isabel dos Santos fizeram o mesmo.
Mário Leite da Silva foi uma figura de destaque nos negócios de Isabel dos Santos. Desde 2006 que geria empresas e os investimentos da filha do antigo Presidente de Angola, tendo acumulado cargos nos conselhos de administração em várias empresas nacionais de referência em Portugal, como o banco BPI, a telecom Nos e a Efacec.