A associação Mãos Livres, protesta, com grande indignação, a forma como um determinado círculo de figuras públicas, pretende silenciar os jornalistas em Angola, pondo em causa o direito à informação. E os crimes de difamação e injúria são os mais fáceis que as figuras públicas se agarram para condenar e penalizar os jornalistas. Estas práticas demonstram claramente perseguição à liberdade de imprensa e de expressão.
A Associação Mãos Livres entende que num país democrático e de direito não fica bem impedir jornalistas publicarem factos de interesse público. A liberdade de transmitir informações ou ideias, reveste-se de uma importância fulcral na vida pública angolana e na estrutura de uma sociedade democrática que se pretende construir no nosso país. Pois que o exercício desta liberdade permite a livre crítica do governo, conformando o melhor indicador da existência de um governo livre e democrático.
A liberdade de imprensa fornece aos cidadãos um dos melhores meios de informação da opinião acerca das ideias e comportamentos dos nossos gestores públicos e, consequentemente, a liberdade de trazer ao conhecimento de todos os angolanos, o debate político sobre o combate à corrupção, impunidade, favoritismo e outros males que retardam o desenvolvimento do país.
A associação Mãos Livres entende que as figuras públicas que não querem que seu nome apareça na imprensa, devem abdicar-se das práticas desonestas na gestão do erário público. Que aceite ou se demita do cargo, porque todo aquele que assume um cargo público é susceptível de avaliação pública.
Diante destes acontecimentos, no interesse de defender a liberdade de imprensa e de expressão, a associação Mãos Livres, através dos seus Advogados assume publicamente defender os jornalistas acusados pelo Ministério Público e proibidos de sair de suas residências, assim como ocorre com os Jornalistas Coque Mucuta, Carlos Alberto e outros.
Que os jornalistas não se sintam intimidados apesar de existir uma perseguição clara, cuja intenção é limitar a liberdade de expressão.
Luanda, aos 21 de Junho de 2021.
O Presidente
Guilherme Firmino Neves