O Millennium bcp confirmou esta quarta-feira que o seu segundo maior acionista, a angolana Sonangol, está atenta a eventuais movimentos de consolidação bancária na zona euro e em Portugal” e irá analisar “eventuais oportunidades de criação de valor” para o banco e os acionistas.
O esclarecimento do banco liderado por Miguel Maya surge depois de o CEO da Sonangol ter afirmado que a petrolífera angolana está aberta a sair do capital do BCP e que admite avaliar uma eventual fusão do BCP com outro banco.
“Na sequência das notícias hoje divulgadas na imprensa relativas à participação da Sonangol – Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, EP no capital social do Banco Comercial Português, as quais referem o eventual desinvestimento no banco, esclarecemos que o BCP confirmou hoje junto da administração da Sonangol que esta embora mantenha a sua estratégia em relação ao Banco está atenta a eventuais movimentos de consolidação bancária na zona euro e em Portugal”, refere o banco num comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Adianta que confirmou ainda junto da Sonangol que a angolana “como investidor, analisará, sempre em estreita articulação com o Banco e os demais acionistas estratégicos, eventuais oportunidades de criação de valor que possam fazer sentido para a Sonangol, para o banco e para os seus acionistas”.
Com uma participação de quase 20% no maior banco privado português, a Sonangol é o segundo maior acionista do BCP, depois da chinesa Fosun.
“No caso do Millennium bcp estamos a monitorar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol”, afirmou o CEO numa entrevista à Reuters, publicada esta quarta-feira.
“A Sonangol está a acompanhar os movimentos eventuais de consolidação bancária em Portugal e, caso surja alguma oportunidade, o assunto será avaliado com os outros parceiros investidores no Millennium bcp”, acrescentou.
O Millennium bcp foi mencionado recentemente, numa análise do Goldman Sachs, como podendo vir a ser integrado pelo CaixaBank ou o Santander no futuro.
Esta especulação surge quando o setor atravessa uma das maiores crises de sempre, tal como a economia, na sequência das medidas implementadas pela maioria dos governos europeus para controlar a pandemia de covid-19, que afetam gravemente a atividade económica.
Para a S&P, a deterioração da qualidade dos ativos dos bancos só começará a ser visível em 2021, quando terminarem algumas medidas, incluindo as moratórias, que impedem que os bancos registem um aumento do nível de crédito malparado.