O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, disse hoje aos jornalistas que paralelamente à pandemia de covid-19, a desvalorização cambial prejudicou as participações em Angola e Moçambique, diminuindo a contribuição para os lucros
“Relativamente ao BFA [Banco de Fomento Angola] e ao BCI [Banco Comercial e de Investimentos, de Moçambique], não ficaram imunes a um ano mais difícil, e aqui nestes dois casos acresce as desvalorizações cambiais da próprias moedas”, disse João Pedro Oliveira e Costa aos jornalistas na apresentação dos resultados anuais do BPI (lucros de 104,8 milhões de euros).
O gestor acrescentou que os câmbios “ajudaram ainda mais à queda – diria que quase que metade desta queda é justificada pela desvalorização cambial quer do kwanza, quer do metical, em relação ao euro, que claramente teve um impacto significativo” nos resultados do banco.
De acordo com os números hoje divulgados pelo banco, o BFA contribuiu com 30,2 milhões de euros para os resultados consolidados do BPI em 2020, depois de 78,9 milhões de euros em 2019.
Já o BCI de Moçambique registou uma contribuição de 8,4 milhões de euros no ano passado, inferior aos 18,7 milhões de euros registados em 2019.
João Pedro Oliveira e Costa referiu ainda, quanto ao BFA (que está registado pelo BPI como uma participação financeira), que “surgindo a oportunidade, claramente” há a intenção de vir a reduzir a posição.
“Neste momento não existe nada em concreto em cima da mesa”, afirmou.
O BPI registou lucros de 104,8 milhões de euros em 2020, uma descida de 68% face aos 327,9 milhões de euros registados em 2019, divulgou hoje o banco.
De acordo com um comunicado hoje emitido, o banco registou “151 milhões de euros e imparidades de crédito líquidas, incluindo imparidades não alocadas de 97 milhões para prevenir potenciais impactos da pandemia”.
Na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco, o presidente executivo disse que a “grande parte” dos resultados é explicada pelas imparidades e também pela descida acentuada dos contributos do BFA de Angola e do BCI de Moçambique.