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Portugal: Clima de crispação entre “MPLA e UNITA” gera preocupação em Angola

A um ano das presidenciais em Angola, sociedade civil e classe política alertam para o facto de mal-estar entre Presidente João Lourenço e líder da oposição Adalberto Costa Júnior poder interferir no ato eleitoral.

Os principais atores políticos e a sociedade civil angolana alertam para o atual clima de crispação entre o líder do MPLA e Presidente da República, João Lourenço, e o líder da oposição, Adalberto Costa Júnior, da UNITA.

Poderá esta tensão provocar uma escalada de violência pré e pós-eleitoral, numa altura em que faltam cerca de 12 meses para as eleições no país? Este foi um dos temas abordados no debate “A Caminho das Eleições”, organizado pela Plataforma Para Cidadania e pelo Centro de Debates e Estudos Académicos. As opiniões dividem-se.

Em entrevista à DW África, o secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS), Rui Malopa, afirma que, na sua opinião, os sinais atuais indicam que deve existir prudência e correção das velhas práticas para se evitar o pior.

Segundo Rui Malopa, “temos estado a acompanhar com alguma preocupação, porque os sinais, a cada dia que passa, são de que alguma coisa não vai bem. Começamos a ficar preocupados, mas entendemos que o diálogo deve ser permanente para irmos dirimindo qualquer situação que esteja a criar um mal-estar, uma desconfiança, e tornar o ambiente favorável, credível, para que as eleições se possam realizar num clima de paz”.

Tornar as eleições credíveis é também, aos olhos da UNITA, o maior partido da oposição angolana, o atual desafio do país numa altura de “medo e incertezas”. De acordo com Faustino Mumbica, secretário nacional para os assuntos políticos e eleitorais do partido, “olhando fundamentalmente para as experiências das eleições passadas, precisamos radicalmente de cortar a cultura de repetir erros que se tornam crónicos, que também sabemos que são erros premeditados. Como sabem, o MPLA tem estado permanentemente a protagonizar violência. Até neste ambiente”, diz.

Já Alexandre Sebastião, vice-presidente e líder da bancada parlamentar da CASA-CE, critica o partido no poder, mas estende as críticas à oposição que, segundo afirma, também é intolerante às opiniões contrárias.

“Quando, por exemplo, a CASA diz que não há pressupostos firmes em relação à frente ampla que se quer criar, quem não entra nessa frente está a ser conotado como indivíduo não patriota”, explica.

MPLA fala em “festa da democracia”

Por sua vez, Diavita Jorge, responsável pelos assuntos políticos do Comité Central do MPLA, diz que o partido no poder não entra no jogo do “disse não disse” e garante que este está a fazer tudo para a instauração de “um ambiente mais favorável para a festa da democracia”.

“Há um comprometimento por parte do líder do MPLA, o Presidente João Lourenço, com a governação, uma governação aberta e de diálogo permanente, com os cidadãos. É claro que não nos apartamos totalmente dessa posição de crispação. As responsabilidades que temos é no sentido da criação de um clima mais favorável, no sentido de estarmos preparados para a festa da democracia.”

O diretor do Centro de Debates e Estudos Académicos, Agostinho Sicato, chama a atenção dos partidos políticos para a necessidade de se elevar o nível de abordagem da disputa política, ao invés de se insistir em querelas meramente partidárias.

“O que parece diferente é o nível de abordagem. Parece que o nível de abordagem do cidadão hoje é mais elevado. O nível de consciencialização cidadã também é mais elevado. O cidadão hoje discute melhor e quer levar o debate numa resistência para melhoria do que ele próprio como cidadãos defende”.

 

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