Dois efetivos da polícia angolana, na província de Benguela, foram detidos por suspeita de fornecerem munições para armas de fogo de marginais, para a realização de assaltos, informou hoje o Serviço de Investigação Criminal (SIC) local
Segundo o porta-voz do SIC em Benguela, Vitorino Kotingo, em declarações à ???rádio pública angolana, são dois efetivos da unidade operativa de Benguela, detidos no último fim de semana, que alegadamente já praticavam há algum tempo este tipo de crime.
Também na província do Zaire, a porta-voz do SIC local, Susana Sebastião, disse que um agente da polícia é suspeito de fornecer armas de fogo aos marginais, que atuavam em Mbanza Congo, capital da província.
“Chegou ao nosso conhecimento que cidadãos foram encontrados, mediante mandados de detenção, em posse de uma arma de fogo, que presumivelmente adquiriu a um efetivo”, disse Susana Sebastião, frisando que diligências estão em curso para se encontrar o verdadeiro proprietário da arma.
As autoridades angolanas têm manifestado nos últimos tempos preocupação com o elevado número de crimes violentos que se registam no país, com recurso a armas de fogo.
Na semana passada, o Presidente de Angola, João Lourenço, pediu, no seu discurso sobre o estado da nação, um maior controlo das autoridades sobre das armas de fogo, por serem elevadas as quantidades que “acabam facilmente por ir parar nas mãos dos meliantes”.
“A polícia deve exercer maior controlo sobre as empresas de segurança privada, não devem ser portadoras de armas de guerra, cujo armamento deve ser periodicamente contabilizado e registado pelas autoridades competentes”, referiu João Lourenço.
O porta-voz da Polícia Nacional angolana, Orlando Bento, anunciou na semana passada que as empresas têm a partir deste mês até seis meses para deixarem de fazer uso de armas de guerra, trocando-as para armas de defesa.
Segundo Orlando Bento, muitas das armas em posse das empresas de segurança são de má qualidade e são essas que “normalmente aparecem nos crimes”.
Orlando Bento disse ainda que há um maior controlo dos armeiros das forças de defesa e segurança, sendo por esta altura “muito difícil ter uma arma fora do armeiro que não esteja controlada”.