Decisão surge depois do Governo angolano ter detectado “abusos no sistema”
Dezenas de angolanos evacuados para Portugal para tratamento denunciam “altas administrativas e compulsivas” nos hospitais como forma de serem forçados a regressar ao país, com o fim da junta médica.
Muitos dizem que a situação é uma “sentença de morte”, uma vez que Angola não reúne as condições para continuarem o tratamento.
Nesta segunda-feira, 8, cerca de três dezenas dos doentes que estavam em Portugal regressaram a Angola, enquanto outros 47 voltarão até ao final do ano.
Dados não oficiais apontam que 100 podem não regressar e deverão ficar sem o apoio do Governo de Luanda que suspendeu em Fevereiro a junta médica de Angola em Portugal, alegadamente por ter detectado “vários abusos do sistema”.
No sábado, 6, alguns doentes manifestaram a sua indignação em Lisboa.
Mande Joaquim Abreu diz não ter tido alta médica e afirma viver com bastante complicações de saúde.
“Estão a forçar-me a ir para Angola, nenhum dos seis médicos que me acompanha assinou alguma alta para mim”, diz Abreu, quem acusa as autoridades angolanas em Portugal de perseguir os doentes que protestam contra o fim da junta médica.
“Aqui há perseguição e maus-tratos é grave o que passamos aqui”, conclui.
Por seu lado, Kissamá De Castro, um dos organizadores da manifestação contra o fim das juntas médicas, entende que o envio desses doentes à Angola é uma “sentença de morte”, uma vez que o país não reúne condições para o tratamento dele:
Muitos dos doentes necessitam de transplante e tratamentos específicos não disponíveis em Angola.