O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) apresentou, recentemente, os dados mensais da inflação e notou-se que o custo de vida do consumidor nacional aumentou 2,08% em Novembro quando comparado com mês de Outubro, o que significa que o poder de compra das famílias diminui na mesma proporção, ou seja, as famílias estão cada vez mais pobres.
O que mais chama atenção, é o facto de os preços da cesta básica (conjunto de produtos e serviços considerados essenciais para a subsistência e o bem-estar dos membros de uma família, tais como alimentação, saúde, educação e cultura, e outros), foram o que mais subiram, apresentando uma evolução crescente a cada mês que passa.
Segundo o INE, os preços da classe Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi a que registou o maior aumento de preços, com uma variação de 2,42%, o que quer dizer que o arroz, o feijão, a carne, o frango, o óleo, o leite e outros produtos que estamos habituados a comer, estão cada vez mais caros. Sabendo que as pessoas têm de se alimentar para se manterem vivas, então, parte dos rendimentos que seriam alocados para outras áreas, como investimento e lazer são obrigados a comprar comida. Por esse motivo está cada vez mais caro “comprar a vida”.
O Governo não está a ver isso? Está sim! Não está a aplicar medidas para conter a inflação? Está sim! e o que falta? Eficácia dessas políticas.
Por exemplo, só este ano, o Banco Nacional de Angola (responsável assegurar a estabilidade de preços) já reviu a meta de inflação duas vezes. De 18,7% para 19,5%, e de 19,5% para 27%. A verdade é que a inflação acumulada ronda os 24,4% e a homóloga os 26,98%, bem perto da meta do BNA.
Para combater a inflação, o Governo criou medidas como o PRODESI para fomentar a produção nacional, em Setembro deste ano, o Executivo decidiu suspender o pagamento dos direitos aduaneiros de alguns produtos da cesta básica dos angolanos, e, recentemente, anunciou a redução da taxa do IVA de 14% para 7%.
“Todos nós sabemos que o problema da inflação está ligado à produção nacional que é insuficiente para atender a procura de bens e serviços de mais de 30 milhões de habitantes, mas, não iremos combater inflação apenas com produção nacional, deve haver um conjunto de políticas simultâneas”.
A sustentabilidade da economia nacional, não está no petróleo, nem nos diamantes, está no aumento da produção nacional de bens e serviços, na melhoria dos canais de distribuição, na concorrência leal de mercado e na industrialização de Angola.