João Soares, militante do Partido Socialista português, repudiou esta quinta-feira, através das redes sociais, aquilo que considera como “ataques miseráveis que o poder de João Lourenço e o MPLA estão a fazer ao líder da UNITA Adalberto da Costa Júnior”.
Para João Soares, ” a mudança de presidente não houve mudança de métodos políticos. O poder autocrático do MPLA continua a (des)governar Angola de forma totalitária”. O ataque, agora como quase sempre, serve-se da instrumentalização de uma “justiça” e de uma “comunicação social” completamente controladas.
Sustenta que Adalberto Costa Junior foi eleito líder do maior partido de oposição angolana, a UNITA, num processo democrático, livre, e transparente. “Coisa que o MPLA nunca foi capaz de fazer. E inquieta-os muito a popularidade de Adalberto Costa Junior (fui testemunha pessoal em Luanda da última vez que estive em Angola para o funeral de Savimbi). Está nas mãos dos angolanos impedir mais esta vigarice anti democrática que João Lourenço e o MPLA querem levar a cabo. No caminho de mais uma fraude em “eleições” aliás ainda não marcadas. Cabe ao povo angolano impedi-los”, conclui.
Muito ligado ao partido UNITA, João Soares teve, em Setembro de 1989, um acidente aéreo em Angola. Segundo revelações da imprensa, Joaquim Augusto, piloto e dono do avião que caiu no quartel da UNITA, com João Soares a bordo, recebeu da UNITA três mil toneladas de marfim em pagamento por serviços prestados.
Os jornais eram unânimes: “o avião do senhor Augusto foi forçado a aterrar, logo após a descolagem, por causa da excessiva carga de marfim que transportava, além dos passageiros João Soares (Partido Socialista Português), Rui Gomes da Silva (deputado do PSD de Portugal), Nogueira de Brito (deputado do CDS de Portugal) e Gepperth Rainer, alemão, da Fundação Hans Seidel”.
O jornal da Namíbia voltou à carga no dia seguinte e dá um pormenor importante: “não foi permitido o contacto dos jornalistas com os feridos, incluindo o senhor Augusto. Um pedido deste jornal para entrevistar o senhor Augusto foi recusado pelo ministro das Relações Exteriores, o senhor Roelof ‘Pik’ Botha, que também determinou a proibição de contactos com os deputados portugueses”.
Em Windhoek, o chefe da Conservação da Natureza , Polla Swart, disse que “o senhor Augusto está a ser injustamente acusado de tráfico de marfim”. O problema veio depois. O advogado do milionário português, amigo íntimo da família do Presidente Mário Soares, estragou tudo.