O Presidente angolano apelou esta segunda-feira à produção de algodão no país, considerando que a sua comercialização está garantida com o funcionamento das três fábricas têxteis existentes no país. João Lourenço falava à imprensa no final da visita que fez hoje à fábrica têxtil Textang II, no município do Cazenga, província de Luanda.
Chefe de Estado angolano frisou que é insustentável alimentar indústrias têxteis com a importação de matéria-prima.
“Alimentar indústrias desta dimensão a contar apenas com a importação não é correto, daí o facto de as próprias empresas que ganharam o concurso de concessão dessas três unidades serem as primeiras a promover a produção nacional de algodão”, referiu João Lourenço.
Segundo o chefe de Estado angolano, a Textang II já conseguiu mobilizar cerca de 1.000 camponeses, da província de Malanje, que começaram com o processo da produção de algodão.
“Todo os produtores de algodão que o fizerem têm o seu produto garantidamente vendido, quer esta unidade, quer as outras duas vão comprar todo o algodão que for produzido no nosso país. Só esta garantia, acredito ser suficiente para incentivar os camponeses e fazendeiros, porque não, não apenas os camponeses, mas as famílias, a se dedicarem-se a este tipo de cultura, que não é estranha para Angola, uma vez que o país, num passado relativamente recente, já foi um grande produtor de algodão”, disse o Presidente.
O chefe de Estado sublinhou que há cerca de dois anos visitou o mesmo local, quando a fábrica ainda não funcionava, congratulando-se com o facto de a mesma se encontrar em atividade.
“Estive aqui há sensivelmente dois anos, quando esta unidade estava ainda sem funcionar e o que dissemos, na altura, é que iríamos fazer todos os esforços no sentido de colocar, não apenas esta unidade do Cazenga, como também a de Benguela e a do Dondo, a funcionar, por razões óbvias, uma vez que, como sabemos, são investimentos públicos avultados que foram feitos nestas três unidades, que, lamentavelmente, ficaram muitos anos encerradas”, salientou.
João Lourenço realçou que as fábricas ainda não estão a funcionar em pleno, mas o “volume de produção vai aumentando à medida que o tempo vai passando e com isso vão aumentando também o número de postos de trabalho”.
“Ao fazer essa visita hoje, o sentimento não podia ser outro senão o de uma grande satisfação”, disse.
A Textang II foi privatizada em 2020, sendo o vencedor do concurso público a empresa angolana Investimentos e Participações IEP, que por oito anos tem a gestão da unidade fabril, podendo adquirir a mesma ao Estado findo o contrato.