A consultora Fitch Solutions considerou hoje que o resultado da ronda de setembro para o licenciamento de novas explorações petrolíferas em Angola foi um sucesso e indicia boas perspetivas para a produção de petróleo no país
“Os resultados da licitação anunciados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) indiciam fortes perspetivas para a exploração em terra”, escrevem os analistas num comentário à ronda de licitação de 24 de setembro, que atribuiu os nove blocos em licitação.
“O interesse das empresas nacionais e estrangeiras sinaliza que as reformas em curso nos setores do petróleo e gás estão a atrair os investidores”, lê-se no comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, no qual se aponta que “a redução do imposto petrolífero de 50 para 30% foi um forte incentivo para as companhias nacionais concorrerem ao processo”.
Nove grupos empreiteiros, três estrangeiros e seis angolanos, vão operar os blocos petrolíferos das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza.
“O sucesso desta ronda é particularmente notável já que vários blocos estavam antes disponíveis na ronda de licenciamento de 2014, que foi cancelada pela Sonangol em 2017 devido a vários fatores, incluindo a queda nos preços do petróleo e um clima económico desfavorável”, lembra a Fitch Solutions, notando que a presença de empresas nacionais “reflete um forte desejo de manter a presença no âmbito do petróleo e gás angolano, apesar das dificuldades anteriores”.
O processo de negociação deverá durar até 3 de dezembro, com os contratos a serem assinados no primeiro trimestre do próximo ano, o que deverá favorecer um aumento das atividades de exploração durante a próxima década, conclui a Fitch Solutions.
De acordo com a Estratégia de Exploração dos Hidrocarbonetos de Angola 2020-2025, as rondas de licenciamento deverão continuar, estando prevista a atribuição de 55 blocos até 2025.
A 24 de setembro, a ANPG anunciou que nove grupos empreiteiros vão operar os novos blocos.
Dos Estados Unidos são provenientes a Itanka Group, parceira no bloco Congo 1, e a Brite’s, parceira nos blocos Kwanza 9, Kwanza 17 e Kwanza 20, indica a ANPG num comunicado.
A canadiana MTI Energy será operadora nos blocos Congo 5, Kwanza 5, Kwanza 17 e Kwanza 20 e é parceira no bloco Kwanza 6.
Das empresas angolanas, 12 no total, cinco são igualmente operadoras.
A Somoil será a operadora do bloco Congo 1, a Mineral One do bloco Congo 6, a Simples Oil do bloco Kwanza 6, a Alfort Petroleum do bloco Kwanza 8 e a AIS Angola do bloco Kwanza 9. A Somoil e a Mineral One são também parceiras noutros blocos.
Compõem também os grupos empreiteiros dos blocos agora adjudicados as empresas angolanas Monka Oil, Omega, Prodoil, Prodiam, Upitec, Servicab e a Sonangol Pesquisa & Produção.