A UNITA e o PRA-JA Servir Angola mantêm-se em sintonia quanto à manutenção da Frente Patriótica Unida (FPU), mas a legalização do projeto político de Abel Chivukuvuku continua a alimentar receios de que a plataforma possa ter que ser reformulada.
O futuro do Bloco Democrático dentro da FPU é também outra interrogação, segundo alguns analistas políticos.
Quando o Tribunal Constitucional legalizou o projeto político de Abel Chivukuvuku, em outubro do ano passado, vários observadores levantaram de imediato interrogações sobre o futuro da Frente Patriótica Unida, fazendo notar que o novo partido quererá sem dúvidas ter os seus próprios deputados na Assembleia e não como parte de uma lista da UNITA.
Abordado a propósito destas análises, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, critica o contexto da legalização do PRA-JÁ e apresenta argumentos para assegurar firmeza da FPU rumo a 2027.
“A FPU tem sido uma boa opção, obteve, sob a bandeira da UNITA, o melhor resultado eleitoral numérico que o partido já teve e é natural que o adversário combata, não tem nada de normal”, salienta o líder do principal partido da oposição.
“A ampla Frente vai continuar, sem receios de supressão”, garantiu Adalberto Costa Júnior que acrescenta: “Sempre me surpreendeu, aliás, como o MPLA, que tem mandado nos tribunais, não legalizou o PRA-JA há bastante tempo”.
A VOA insistiu num contacto com o secretário para informação do partido no poder, Esteves Hilário, mas não foi possível obter a sua posição em relação a estas considerações.
Do lado do PRA-JA Servir Angola Serafim Simeão não avança em que moldes, mas admite uma reformulação como medida para a continuidade
“Vamos manter, vamos apenas reformular e, se possível, alargar”, disse.
“Estamos imbuídos nesse espírito, até porque, como disse e bem o nosso líder [Chivukuvuku], é uma fórmula ganhadora, tivemos exemplo do último pleito eleitoral, foi com unidade”, acrescentou.
Mas o analista Chipilica Eduardo, jurista, diz que há um elemento, capaz de quebrar esta unidade.
“A Frente Patriótica Unida (FPU) está trémula, porquanto o Bloco Democrático deverá nas próximas eleições concorrer isoladamente sob pena de extinção e o PRA-JÁ, com a legalização e o egocentrismo do seu líder, dificilmente vai coligar com a UNITA” acrescentando que portanto “e legítimo este receio a nível da sociedade devido a dúvidas em relação aos moldes ou a possibilidade de coligação”.
A salientar que o líder do BD, Filomeno Vieira Lopes, num recente pronunciamento público, reafirmou continuidade da Frente Patriótica Unida (FPU).