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Putin propõe à NATO medidas para reduzir tensão estratégica na Europa

O Presidente russo propôs esta segunda-feira à NATO várias medidas para reduzir a tensão estratégica na Europa – pela qual culpou os Estados Unidos – como adiar o desenvolvimento de mísseis nucleares de curto e médio alcance no continente.

As tensões entre a Rússia e Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) continuam a aumentar, o que cria “ameaças óbvias à segurança europeia”, considera Vladimir Putin, em comunicado esta segunda-feira divulgado pelo Kremlin.

O Presidente russo culpa os Estados Unidos pela situação de abandono do tratado de 1991 para a eliminação dos mísseis nucleares de curto e médio alcance (conhecido como INF), decisão que descreve como um “erro grave”, já que o acordo foi “um elemento importante” para a segurança internacional e a estabilidade estratégica, especialmente da Europa.

Como consequência, refere, aumentou o risco de uma corrida ao armamento de mísseis e o perigo de um “potencial confronto” de “escalada incontrolável”.

Para “reduzir o défice de confiança” e os riscos associados às discrepâncias em matéria de mísseis, o líder do Kremlin reafirma a proposta de se adiar o desenvolvimento de mísseis de curto e médio alcance enquanto não surgirem armas similares de fabricação norte-americana no território e acrescenta que a Rússia está disposta a dar “novos passos” para minimizar os riscos criados pelo desaparecimento do INF.

A declaração expressa a disponibilidade russa – “como gesto de boa vontade” – de não colocar mísseis de cruzeiro 9M729 Novator na parte europeia da Rússia, motivo alegado pelos EUA para deixar o INF, já que, segundo Washington, este tipo de mísseis viola o tratado por ter um alcance superior a 500 quilómetros.

Putin, que garante que o Novator não violou os compromissos assumidos pela Rússia, exige que a NATO se comprometa a não colocar na Europa armas anteriormente proibidas pelo tratado INF.

Além disso, propõe a introdução de medidas de verificação, nomeadamente do sistema norte-americano de defesa antimíssil Aegis Ashore, que Moscovo sempre considerou uma ameaça direta à sua segurança, já que, segundo Putin, pode tornar-se uma arma ofensiva em poucas horas.

Putin também faz alusão aos lançadores verticais MK-41, que podem lançar mísseis Tomahawk, estacionados em bases dos EUA e da NATO na Europa, como a Polónia e a Roménia.

Em contrapartida, a NATO poderá verificar os mísseis Novator colocados no enclave báltico russo Kaliningrado, que faz fronteira com dois países aliados, a Polónia e a Lituânia.

Finalmente, Putin propõe que se chegue a um acordo sobre um esquema para evitar uma crise de mísseis que possa ser aplicável à região da Ásia-Pacífico.

Na semana passada, Putin já tinha avisado que “o mundo não terá futuro” se não houver controlo de armas, aludindo à necessidade urgente de renovação do Novo START, o último tratado de desarmamento entre Rússia e Estados Unidos, que expira em fevereiro de 2021.

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