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Regime angolano continuar a suspender a criação da “fundação Jonas Savimbi”, ex-Presidente e fundador da UNITA

Há um ano, em Angola, a família de Jonas Savimbi, líder histórico da Unita, decidiu avançar com o processo de legalização da fundação com o seu nome. A ser validada, esta entidade que se reivindica como sendo apartidária, pretende focar a sua acção na educação e na cultura.

Presentes ontem nos estúdios da RFI, dois dos filhos do antigo líder da Unita morto em combate em 2002, Helena e Durão Savimbi, deram conta do andamento da legalização da fundação que, por enquanto, não conhece evoluções.

“Nós os filhos, a família, pensamos em criar a Fundação Jonas Savimbi porque nós queríamos ajudar os angolanos, porque pensamos que uma fundação é sempre uma mais-valia. Há muitas necessidades em Angola ainda hoje, há carências. A nossa finalidade é mesmo no âmbito educativo, cultural e social”, começa por explicar Helena Savimbi ao recordar que o pai “além de ser político, pensava em outros sectores, como a educação. Para ele a educação era mesmo primordial. Ele dizia que as crianças são o futuro de uma nação”.

A ser legalizada, esta entidade que pretende nomeadamente fornecer bolsas de estudo, estabelecer intercâmbios com outros organismos com as mesmas finalidades, impulsionar a divulgação da cultura e das línguas faladas em Angola, deveria ser financiada através do pagamento de cotas.“A fundação vai ser financiada por cotizações. Haverá membros que vão pagar cotas que vão permitir à fundação de existir” refere Durão Savimbi sublinhando que no caso de ser legalizada, esta entidade terá igualmente direito a apoios públicos “por ter um lado social muito forte”. O filho de Jonas Savimbi esclarece ainda que “há muitas pessoas que estão interessadas pelo nome de Jonas Savimbi, angolanos e também (pessoas) de fora”.

Helena e Durão Savimbi vincam igualmente que a ser legalizada, esta fundação será apolítica. “É mesmo um organismo de utilidade pública, mais social, é apartidário, não é para fazer política”sublinha Helena Savimbi. O irmão esclarece por seu lado que“no projecto de estatutos da fundação, está escrito no artigo 4° que a fundação não tem fins políticos, é apartidária e tem que ser assim. Não há fundação nenhuma no mundo que faz política, senão é um partido político”.

Apesar de terem mantido contactos com o Presidente angolano praticamente na génese do projecto e apesar de ainda na semana passada Isaías Samakuva, antigo líder da Unita, ter também abordado esta questão com João Lourenço, a legalização da Fundação Jonas Savimbi não avança, referem os dois irmãos que todavia dizem acreditar que não existem obstáculos factuais para a legalização ser concretizada.“Estamos à espera, não sabemos, vamos ver os passos a seguir desde essa audiência (de Isaías Samakuva com o Presidente da República). Mas nós esperamos que haverá materialização da legalização da fundação”, refere Helena Savimbi.

Questionado sobre a hipótese aventada por certos órgãos em Angola de que o processo poderia estar a ser bloqueado pelo Ministério da Justiça, Durão Savimbi diz que isto “não tem nenhuma base”, que “deve haver um atraso administrativo qualquer” e que não pensa“que um ministro possa fazer isso, porque não tem razão nenhuma”. Em jeito de conclusão, o filho de Jonas Savimbi mostra-se convicto de que a fundação vai acabar por tornar-se uma realidade.“Nós somos positivos. Pensamos que o Presidente da República e que as outras entidades envolvidas no processo vão facilitar a sua criação”.

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