Por ser mulato, não falar a Umbundu e ter dupla nacionalidade, Adalberto Costa Júnior, receou que enfrentaria dificuldades, antes de concorrer pela primeira vez ao cadeirão máximo do seu partido, segundo revelações de Isaías Samakuva.
Num diálogo com militantes do seu partido durante o congresso, em que aproveitou esclarecer alguns aspectos aos seus correligionários que o acusam de não querer ACJ na liderança, Samakuva, lembrou que a 22 de julho, Costa Júnior o procurou para manifestar as três inquietações.
“Eu disse: mais novo, na UNITA não se diz que os mulatos não podem dirigir. Isso não existe. Umbundu não é língua do país, é língua de uma porção de angolanos, portanto não te pode impedir. Agora, essa história de duas nacionalidades, é um problema”, avisou o antigo presidente, que sublinhando que se não quisesse ACJ não teria em 2019, concordado com a moratória para que suprisse a insuficiência no seu processo e em 2021 não teria convocado o congresso.
De acordo com Samakuva, várias acusações foram levantadas contra si, e uma delas ouviu directamente de ACJ.
“O próprio Adalberto me disse, que um amigo lhe disse que eu tinha um plano estratégico com João Lourenço.”
Em resposta, Samakuva questionou, se presta, um Presidente da República que faz um plano secreto com um cidadão que está em casa.
“Se eu não tivesse vontade de ajudar, não é só o camarada Adalberto, o partido, se eu fosse como muitos que eu conheço, sobretudo aqueles que dizem ele tem vontade de ser outra vez presidente, o acórdão tinha me dado a faca e o queijo na mão”, disse Samakuva, lamentando que todos os dias é atacado e insultado por pessoas do partido.