spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Rússia proíbe “entrada” a ex-Presidente Barack Obama e mais 500 pessoas em resposta a sanções de Estados Unidos da América (EUA)

A Rússia respondeu hoje ao novo pacote de sanções imposto pelos Estados Unidos devido à guerra na Ucrânia proibindo a entrada no país a mais 500 cidadãos norte-americanos, entre os quais o ex-Presidente Barack Obama.

“Há muito que Washington devia ter entendido que nem um único ataque hostil à Rússia ficará sem uma dura resposta”, assegurou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo num comunicado.

Entre os alvos das sanções russas, figuram governantes, congressistas e senadores eleitos em novembro de 2022 e também diretores e administradores de empresas da indústria militar que fornecem armamento à Ucrânia.

A lista negra inclui os membros dos órgãos de segurança do Estado federal que “perseguem os dissidentes” e dá como exemplo os participantes no assalto ao Capitólio (sede do Congresso norte-americano), ocorrido em janeiro de 2021.

Também foi proibida a entrada em território russo a especialistas e analistas de instituições norte-americanas que participaram na difusão de notícias falsas sobre a Rússia, jornalistas e conhecidos apresentadores de televisão, como Jimmy Kimmel e Stephen Colbert.

O MNE russo considera que as sanções impostas à Rússia procuram causar o maior dano possível ao país, uma vez que afetam tanto funcionários do Estado como cidadãos comuns, pelo que Moscovo continuará a aplicar o princípio de reciprocidade em caso de sanções ou medidas discriminatórias contra os seus nacionais.

Também volta a cancelar a visita consular ao jornalista do Wall Street Journal na prisão, Evan Gershkovich, acusado de espionagem, depois de um grupo de jornalistas russos não ter recentemente obtido vistos para acompanhar o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, na sua viagem a Nova Iorque para participar em reuniões no Conselho de Segurança da ONU.

Os Estados Unidos impuseram hoje a Moscovo um novo pacote de sanções que afeta cerca de 300 entidades, pessoas, embarcações e aviões envolvidos na guerra de agressão russa na Ucrânia.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, precisou num comunicado que estas sanções, anunciadas no âmbito da cimeira do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo) em Hiroxima, no Japão, têm como alvos os setores energético, da defesa, mineiro e tecnológico e pessoas que estão a ajudar a Rússia a aumentar a sua produção e capacidade energética.

Deu igualmente novos passos para desmantelar a rede operacional e logística do grupo de mercenários Wagner, como a companhia aérea 224th Flight Unit State Airlines, que transportou membros desse grupo e o seu equipamento para países em que se sabe que este intervém.

As sanções atingem também as pessoas envolvidas no transporte e deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia e territórios ucranianos ocupados pelos russos, como a comissária dos Direitos Humanos da Rússia, Tatiana Moskalkova.

Às 200 sanções anunciadas pelo Departamento de Estado norte-americano, somam-se outras anunciadas pelo Departamento do Tesouro contra mais 104 empresas e 22 pessoas, situadas em mais de 20 países ou jurisdições.

“A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)”.

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 450.º dia, 8.836 civis mortos e 14.985 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados