O Setor empresarial público angolano, um universo com 88 empresas, registou resultados líquidos de 1.752 mil milhões de kwanzas (4 mil milhões de euros) em 2021, segundo dados hoje apresentados.
O presidente do IGAPE, instituto que gere as participações do Estado angolano, que apresentou o balanço hoje em Luanda, fez um “balanço extremamente positivo” do desempenho do setor público, em que a petrolífera Sonangol se distinguiu tanto a nível de resultados, como de ativos e passivos.
Patrício Vilar justificou os bons resultados (face ao prejuízo de 3.133 mil milhões de kwanzas do ano anterior, 7,1 mil milhões de euros) com fatores como a “inflexão económica” a que se assistiu em 2021, nomeadamente no último trimestre do ano, o que permitiu também a retoma do setor empresarial público.
O setor empresarial público angolano é dominado por empresas ligadas aos recursos minerais e petróleo (71,1%), seguindo-se a energia e águas (9,8%), o setor financeiro (8,2%) e transportes (8%).
Patrício Vilar apontou ainda algumas variáveis que precisam de ser melhoradas, entre as quais o passivo excessivo de algumas empresas, o que comporta riscos fiscais.
“Vamos trabalhar conjuntamente para minimizar esses riscos”, sublinhou.
A Sonangol é a empresa que maior passivo tem (11.482 mil milhões de kwanzas, ou seja, 26,2 mil milhões de euros) e apresentou também o maior resultado líquido (1.337 mil milhões de kwanzas, 3 mil milhões de euros), seguindo-se a diamantífera estatal Endiama (44 mil milhões de kwanzas, 100 milhões de euros).
“Felizmente, não temos situações gravosas isoladamente, mas, no conjunto temos, e é isso que é preciso ter instrumentos que permitam monitorizar, mas também corrigir”, disse, salientando que o acompanhamento deve ser feito ao longo do ano, e não apenas no final.
“Porque só olhar para os indicadores financeiros não nos permite aferir o risco, temos de olhar para indicadores operacionais que nos permitam ver se o desempenho em termos comerciais, em termos económicos, de uma dada empresa representa ou não alguma ameaça”, justificou.