A ONU alerta para a degradação da situação humanitária no país africano. O número de habitantes que poderão sofrer de falta de alimentos representa um aumento de 65% face aos números atuais.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla inglesa) alertou esta sexta-feira para a degradação da situação humanitária na Somália devido à falta de água, que coloca em risco de fome pelo menos 2,7 milhões de pessoas.
“Um grande número de problemas humanitários, incluindo conflitos, insegurança alimentar e um clima errático afetaram a Somália durante décadas“, disse o porta-voz do OCHA, Jens Laerke, em declarações citadas pela agência de notícias espanhola, a Efe.
A previsão indica que a temporada atual de chuva, entre março e junho, ficará abaixo do esperado, o que contribui para agravar a falta de água, colocando em risco a sobrevivência do gado, pelo que o número de habitantes da Somália que poderão sofrer de falta de alimentos deverá ser de 2,7 milhões, o que representa um aumento de 65% face aos números atuais, segundo a OCHA. Entre os afetados pelos problemas de acesso aos alimentos estão 840 mil crianças com menos de cinco anos, apontou o responsável.
A ONU e todas as organizações que prestam assistência no terreno pediram mil milhões de dólares, cerca de 830 milhões de euros, de financiamento para prestar ajuda humanitária a 4 milhões de pessoas na Somália ao longo do ano, mas até agora só conseguiram angariar 2,5% desse montante, estando em estudo o acesso a um fundo especial para situações críticas, que poderá desbloquear 20 milhões de dólares (16,7 milhões de euros), conclui a Efe.