O Ministério Público português quer agora saber se está a investigar factos que já foram investigados em Angola. Em Portugal, há processos que foram abertos a pedido de Angola.
Em informações prestadas esta quinta-feira à SIC, a Procuradoria-Geral da República revela que só teve conhecimento da acusação a Isabel dos Santos através das notícias e que vai agora pedir explicações a Angola.
“Em face das notícias veiculadas pela comunicação social (relativas à mencionada acusação), e no âmbito de investigação a correr termos no DCIAP, este departamento vai remeter uma carta rogatória a Angola a solicitar, além do mais, o envio de certidão da acusação em causa.”
Numa frase que pode ser entendida como uma crítica às autoridades angolanas, pela falta de comunicação, o Ministério Público português quer agora saber se está a investigar factos que já foram investigados em Angola.
“Só após a receção e análise desta certidão poderá tomar posição, designadamente e além do mais, aferindo de eventual sobreposição, total ou parcial, de objetos de investigação relativamente a crime(s) imputado(s) a visados na investigação do DCIAP.”
A PGR confirma que em Portugal, mais propriamente no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal), correm nove processos que “direta ou indiretamente, visam Isabel dos Santos.”
Em Portugal, há processos que foram abertos a pedido de Angola e nos quais foram feitas apreensões de bens ou participações de Isabel dos Santos em Portugal.
Isabel dos Santos é acusada de 12 crimes
A empresária angolana Isabel dos Santos é acusada de onze crimes no processo que envolve a sua gestão na petrolífera estatal angolana, entre 2016 e 2017, segundo o despacho de acusação.
Isabel dos Santos é acusada de peculato, burla qualificada, abuso de poder, abuso de confiança, falsificação de documento, associação criminosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, branqueamento de capitais, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.