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Tripulantes da Transportadora Aérea de Angola (TAAG) protestam contra “gestão danosa” da companhia e exigem que as suas reivindicações sejam atendidas

Cerca de 70 tripulantes da companhia aérea angolana TAAG protestaram hoje contra a “gestão danosa” da administração da transportadora e exigem que as suas reivindicações sejam atendidas.

Os manifestantes concentraram-se esta manhã frente ao Aeroporto Internacional 04 de fevereiro, em Luanda, gritando palavras de ordem e exibindo cartazes de protesto, entre os quais “devolvam a nossa TAAG”, “abaixo a gestão danosa”, “chega de aluguer as aeronaves estrangeiras”, “devolvam os nossos direitos” ou “fora HiFly”.

Para a secretária executiva do Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC), que convocou a manifestação, está em causa o incumprimento da administração face às reivindicações dos trabalhadores

“Estamos aqui hoje porque se esgotaram todas as possibilidades de conversarmos com a empresa”, acusou Ondina Costa, dando exemplos como a falta de pagamento do valor diário para os tripulantes de voos internacionais.

A sindicalista afirmou que foi enviado um ‘email’ ao conselho de administração a propósito de várias questões e queixou-se de o sindicato não ter sido ouvido até hoje.

“Esta administração ignora-nos”, afirmou, lamentando que a empresa reaja apenas perante protestos públicos e usando comunicados que deveriam ser dirigidos aos trabalhadores e não à opinião publica, o que considerou uma forma de “escamotear tudo o que vêm fazendo”.

Sublinhou ainda que os acordos assinados com a empresa apenas estão a ser parcialmente cumpridos.

Em relação às ajudas de custo, indicou que a situação se agravou, já que os tripulantes não estão a receber o pagamento adiantado.

“Muitas vezes os tripulantes chegam ao destino e não têm o dinheiro depositado nos cartões”, disse Ondina Costa.

Na quinta-feira, a administração da transportadora aérea angolana TAAG fez saber que está em vigor, desde 01 de fevereiro, a nova modalidade de disponibilização de ajudas de custo para o pessoal navegante de cabine, por via de um adiantamento no cartão de crédito “Visa Camba”, atribuído aos tripulantes.

Esta alteração visou responder a reclamações do pessoal navegante relativas a atrasos no carregamento dos cartões e impossibilidade de acesso a consultas do extrato do cartão.

A sindicalista contestou também que não estejam a ser formados os tripulantes da TAAG para trabalhar nos aviões da HiFly, como tinha sido prometido.

“A HIFly esta aqui há cerca de um ano e já deveriam ter sido formados os tripulantes da TAAG para poderem operar nesses aviões, para passarmos de um contrato de ‘wet leasing’ e passarmos para ‘dry leasing’”, reclamou.

No ano passado, as Linhas Aéreas de Angola contrataram à portuguesa HiFly uma aeronave Airbus A330 para a ligação Luanda-Lisboa-Luanda, em regime de ‘wet lease’, um tipo de contrato que garante, além do avião, a disponibilização da tripulação completa, manutenção e seguro do aparelho.

Ondina Costa realçou ainda que os trabalhadores não estão contra a administração, mas sim contra a sua gestão, criticando a falta de auscultação dos trabalhadores.

Admite também avançar para uma greve e sublinhou que os trabalhadores vão manter os protestos enquanto não virem as suas reivindicações atendidas.

O SINPROPNC tinha previsto desfilar até à sede da TAAG, mas não foi autorizado pelo Governo Provincial de Luanda (GPL), que alegou que a lei só permite a realização de manifestações partir das 13:00.

Ondina Costa lamenta que a resposta do GPL tenha sido tardia e não tenha permitido ajustar o horário a que seria feita a marcha.

 

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