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Trocas comerciais entre Angola e China atingiram “186 mil milhões de euros” nos últimos 20 anos

As Trocas Comerciais entre Angola e China ascenderam nos últimos 20 anos a 206 mil milhões de dólares (186 mil milhões de euros), um “salto qualitativo e quantitativo” que concorreu para o “rápido desenvolvimento” dos países, foi hoje anunciado.

“No ano 2002, o volume comercial bilateral entre China e Angola foi de menos de 150 milhões de dólares [135 milhões de euros], porém este valor subiu no ano passado para 206,34 mil milhões de dólares. Este salto tão qualitativo e quantitativo testemunhou o rápido desenvolvimento das nossas duas nações”, disse hoje o embaixador da China em Angola, Gong Tao.

Segundo o diplomata chinês, nos últimos 40 anos as relações entre o seu país e Angola “alcançaram um desenvolvimento considerável” e a cooperação entre as duas partes produziu “resultados frutíferos” em vários domínios.

“A cooperação económica e comercial sempre foi o ponto alto desta cooperação, promovida de forma pragmática. Especialmente nos últimos 20 anos as duas partes formaram verdadeiramente um padrão de cooperação para a convergência dos nossos interesses, estabelecendo um modelo de benefício mútuo e ‘win-win’ entre China e África”, assinalou.

China e Angola celebram 40 anos de cooperação e relações diplomáticas com a realização do Fórum de Negócios Angola-China (FONAC), que decorre em Luanda com dezenas de empresários de ambos os países.

Gong Tao, que discursava na abertura do FONAC, referiu, citando dados preliminares da embaixada que tutela, que o número das empresas chinesas em Angola ultrapassou os 400 e o volume de investimento ultrapassou os 24 mil milhões de dólares (21,7 mil milhões de euros).

O investimento de empresas chinesas no país lusófono abrangeu diversos setores, disse, salientando que na agricultura as empresas chinesas investiram e operaram em várias fazendas espalhadas no território angolano.

“A cooperação em infraestruturas tem uma base sólida de desenvolvimento económico e sustentável”, frisou, recordando, ao mesmo tempo, que em 2002, após o fim do conflito armando em Angola, a China foi o primeiro país que “estendeu as mãos” para a reconstrução.

“Ainda, em 2002, a China foi o primeiro país a estender as suas mãos para oferecer forte apoio à reconstrução nacional de Angola, pois que a cooperação bilateral em infraestruturas entrou na pista rápida, deste então as empresas chinesas nas áreas de infraestruturas concretizaram milhares de projetos que beneficiaram milhões de pessoas”, apontou.

Aludindo a estatísticas “incompletas” sobre o Apoio do Financiamento Chinês, Gong Tao sublinhou que as empresas chinesas ajudaram a recuperar e construir 2.800 quilómetros de ferrovia, 20 mil quilómetros de estradas, mais de 100 mil habitações, mais de 100 escolas e mais de 50 hospitais.

A centralidade hidroelétrica de Caculo Cabaça, em construção na província angolana do Cuanza Norte, e o Novo Aeroporto Internacional de Luanda, em fase final de construção, “são projetos estruturantes com grande impacto na economia nacional da sociedade e na vida quotidiana dos cidadãos”, realçou.

Disse também que o seu país tem ajudado Angola no desenvolvimento da sua infraestrutura digital.

A China “tem sido o maior parceiro comercial de Angola por muitos anos consecutivos e Angola tornou-se no segundo maior parceiro comercial da China e o maior fornecedor de petróleo bruto na África”, assinalou.

Afirmou ainda que nos últimos anos, produtos angolanos como o café, cerveja, rochas ornamentais, minerais e outros “têm surgido sucessivamente” no mercado chinês, e “paralelamente circulam nas ruas de Angola viaturas e telemóveis de marca chinesa”, concluiu o diplomata chinês.

O FONAC inscreve, na sua agenda, a discussão de vários temas, como a importância do desenvolvimento do capital humano e o papel do Plano de Formação de Quadro, diversificação económica e captação de investimentos diretos estrangeiros e assinatura de acordos de cooperação entre instituições angolanas e chinesas.

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