Cerca de 30.000 militares da NATO iniciaram hoje exercícios bélicos na Noruega, em pleno cenário de crise entre os países ocidentais e a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
Cerca de 30.000 militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) iniciaram hoje exercícios bélicos na Noruega, em pleno cenário de crise entre os países ocidentais e a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
O exercício “Cold Response 2022” (“Resposta Fria 2022”) – que já estava previsto antes de a Rússia ter invadido a Ucrânia no final de fevereiro – tem como principal finalidade averiguar a capacidade de a Noruega receber contingentes de outros países na eventualidade de haver uma agressão de um país terceiro, no âmbito do Artigo 5.º da Carta da NATO, que obriga os Estados-membros a socorrerem outros pertencentes à mesma organização.
“É um exercício defensivo (…). Não é uma operação militar com um propósito ofensivo”, declarou o general norueguês Yngve Odlo, responsável pelas operações, citado pela France-Presse (AFP).
Estas manobras militares — terrestres, marítimas, anfíbias e aéreas — são organizadas a cada dois anos em grandes porções do território da Noruega, país que tem a Rússia como um dos países vizinhos.
O exercício envolve 200 aeronaves e cerca de 50 navios e vai prolongar-se até 01 de abril.
Este ano Moscovo recusou o envio de observadores.
“O fortalecimento das capacidades militares da NATO perto das fronteiras com a Rússia não contribui para fortalecer a segurança da região”, comentou a embaixada russa em Oslo, capital norueguesa, na semana passada.
Face a esta posição, o responsável pelas operações da NATO neste exercício disse esperar do Kremlin respeito pelos acordos vigentes.
Assim como aconteceu em edições anteriores, o “Cold Response 2022” acolhe a presença da Suécia e da Finlândia, que não pertencem à NATO, mas aproximaram-se da organização nos últimos anos. A invasão à Ucrânia reavivou o debate sobre uma possível adesão.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.