Mais de 400 mercenários russos estão a operar em Kiev com ordens do Kremlin para assassinar o presidente Zelensky e membros do seu governo, preparando o terreno para que Moscovo assuma o controlo da Ucrânia, noticia o jornal britânico Times.
O Grupo Wagner, uma milícia privada dirigida por um dos aliados mais próximos do presidente Putin e a operar como um braço do Kremlin, trouxe mercenários da África há cinco semanas numa missão para decapitar o governo de Zelensky em troca de um bónus financeiro.
Informações sobre a missão dos mercenários chegaram ao governo ucraniano na manhã de sábado e horas depois, Kiev declarou uma ordem de recolher obrigatório de 36 horas para varrer a cidade em busca de sabotadores russos, alertando os civis que corriam o risco de serem “liquidados” se forem vistos nas ruas da capital.
A notícia surge depois da Ucrânia ter iniciado este sábado um processo contra a Rússia no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), acusando Moscovo de planear um genocídio e apelando a uma intervenção para travar a invasão e ordenar à Rússia que pague indemnizações.
O caso aberto por Kiev no mais alto tribunal das Nações Unidas, com sede em Haia, pede a adoção de “medidas provisórias” e que se ordene a Moscovo que “suspenda imediatamente as operações militares” que foram lançadas a 24 de fevereiro, indicou a instituição.
A Rússia iniciou a sua invasão da Ucrânia com base em “falsas alegações” de atos de genocídio nas regiões de Luhansk e Donetsk, no Donbass, no leste da Ucrânia, alega Kiev no processo, em que acusa, por seu turno, Moscovo de planear atos genocidas na Ucrânia.