Pessoas negras que moram na Ucrânia estão sofrendo discriminação por parte das Forças Armadas do país e da Polônia, para onde grande parte dos refugiados da guerra conta a Rússia estão fugindo.
Segundo o Africa Facts Zone, corroborado por um vídeo, africanos são impedidos de embarcarem nos ônibus com destino à Polônia, tendo de dar prioridade a cidadãos ucranianos.
Correspondente da BBC, Stephanie Hegarty compartilhou um relato de uma estudante de medicina nigeriana que está na fronteira entre a Polônia e Ucrânia: “me disse que está esperando há 7 horas para atravessar. Ela diz que os guardas de fronteira estão parando os negros e mandando-os para o final da fila, dizendo que eles têm que deixar os ‘ucranianos’ atravessarem primeiro”.
Ainda de acordo com Hegarty, as forças polonesas negam discriminação: “o porta-voz da força de fronteira polonesa me disse que a Polônia está permitindo que qualquer pessoa que chegue à fronteira da Ucrânia entre na Polônia”.
Ucrânia nega que africanos estejam sofrendo restrições para deixar o país, diz chanceler da Nigéria
O Ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Geoffrey Onyeama, publicou nas suas redes sociais que teve uma conversa com sua contraparte ucraniana, Dmytro Kuleba. O assunto da ligação foram os relatos de nigerianos que teriam sido impedidos de cruzar a fronteira da Ucrânia pela ação de guardas.
Segundo a postagem de Onyeama, Kuleba informou que não existem restrições a passagem de estrangeiros e que os problemas relatados foram resultado do “caos na fronteira”.
Nos últimos dias, relatos de africanos passando por dificuldades para deixar o país passaram a circular nas redes sociais. Veja a publicação de Onyeama, em que ele relata a conversa com Kuleba:
“Falei ao telefone com o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba. Expressei simpatia pela perda desnecessária de vidas e destruição e reiterei o reconhecimento da Nigéria da soberania e integridade territorial da Ucrânia”.
Sobre os relatos de nigerianos sofrendo restrições para deixar o país, Onyeama disse que Kuleba prometeu investigar os casos. O ucraniano teria depois retornado com a seguinte declaração:
“É oficial: não existem restrições para estrangeiros saírem do país. O problema é resultado do caos na fronteira e postos de controle que levam até eles”
Segundo a BBC, uma estudante nigeriana de medicina que residia na Ucrânia, identificada como Ruqqaya, relatou ter sido obrigada a retornar para o final da fila na fronteira, após 7 horas de espera. A ordem teria sido dada por guardas, que estariam dando preferência à passagem ucranianos.
O incidente teria acontecido na fronteira com a Polônia, na localidade de Shehyni. Ruqqaya, que estudava medicina em Khavir, conta ter viajado onze horas para chegar a fronteira.
A conta oficial da chancelaria polonesa chegou a se referir a informação divulgada pela jornalista como “fake news” e afirmou que “refugiados que fogem da Ucrânia devastada pela guerra estão entrando na Polônia independente de sua nacionalidade”.