Vinte e oito pessoas foram mortas desde quarta-feira no Uganda, vítimas de incidentes violentos provocados pela detenção do principal candidato da oposição nas eleições presidenciais de Janeiro de 2021, o cantor popular Bobi Wine, anunciou hoje a polícia.
Pelo menos 37 pessoas foram mortas desde quarta-feira no Uganda, vítimas de incidentes violentos provocados pela detenção do principal candidato da oposição nas eleições presidenciais de Janeiro de 2021, o cantor popular Bobi Wine, anunciou hoje a polícia.
“Morreram 28 pessoas em resultado de protestos políticos violentos, em muitos locais e desde (quarta-feira) 18 de novembro de 2020”, anunciava mais cedo Fred Enanga, porta-voz da polícia em Kampala, capital do Uganda.
Um relatório anterior divulgado pela polícia na noite de quinta-feira dava conta da morte de 16 pessoas só em Kampala.
“Ainda há muitas pessoas hospitalizadas. Há cerca de 45 pessoas a receber tratamento em vários hospitais”, acrescentou o porta-voz.
“Tudo indica que estes incidentes não foram espontâneos”, mas que fizeram parte de uma “campanha mais ou menos coordenada” pelo partido do Bobi Wine, disse Enanga.
“Graças à nossa rede de informações, à vigilância por vídeo e à ajuda do público, conseguimos deter mais de 300 suspeitos de terem participado em motins, pilhagens, roubos de carros e bloqueios de estradas”, anunciou ainda.
A sequência de incidentes violentos, numa altura em que se encontra em pleno andamento a campanha eleitoral para as presidenciais previstas para 14 de janeiro, suscita muitas dúvidas sobre o bom andamento do escrutínio.
Deputado da oposição e estrela musical, Bobi Wine, 38 anos, será o principal opositor do Presidente Yoweri Museveni, 76 anos, no poder no Uganda desde 1986.
Robert Kyagulanyi, verdadeiro nome de Wine, foi preso na quarta-feira em Jinja (leste do país) onde fazia campanha, por ter, segundo a polícia, violado as medidas anti-coronavírus durante os seus comícios.
A notícia da prisão enfureceu os seus apoiantes, que saíram à rua e se envolveram em confrontos com a polícia na quarta e na quinta-feira em Kampala, mas também em vários outros centros urbanos.
Bobi Wine encontra-se ainda detido pela polícia no leste do país, onde deverá comparecer hoje em tribunal para eventuais acusações.