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“União Europeia (UE) saúda esforço diplomático de Angola em busca de pacificação na República Democrática do Congo (RDCongo)” — MNE

Os Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, reunidos hoje em Bruxelas, saudaram o trabalho diplomático que Angola tem desenvolvido com vista à pacificação na República Democrática do Congo (RDCongo), disse o ministro João Gomes Cravinho.

Em declarações à imprensa após a reunião, o chefe da diplomacia portuguesa apontou que um dos temas debatidos pelos 27 foi “a situação nos Grandes Lagos”, onde se vive atualmente “um quadro de catástrofe humanitária”, com “literalmente milhões de mortos ao longo dos últimos anos”.

Lamentando que haja “um recrudescimento da violência no leste da República Democrática do Congo”, João Gomes Cravinho observou que “há um processo de paz, um diálogo político que está a ser mediado por Angola, entre o Ruanda e a República Democrática do Congo”, que a UE apoia.

“Tivemos ocasião de saudar esse trabalho que Angola está a fazer e a identificar vários caminhos para o apoio que a União Europeia pode dar à pacificação na situação do leste do Congo”, disse o ministro.

No domingo, a Comunidade dos Estados da África Oriental (CEAO) anunciou que as negociações de paz relativas à situação na República Democrática do Congo, palco de confrontos de vários grupos armados, devem começar em 21 de novembro em Nairobi.

Uma recente ofensiva do grupo M23, antiga rebelião tutsi, que recuperou o uso das armas no final de 2021, viu um grupo avançar em direção a Goma, capital da província de Kivu do Norte, com mais de um milhão de habitantes, e está a alimentar as tensões entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e Ruanda. Kinshasa acusa Kigali de apoiar o M23, o que é negado pelas autoridades ruandesas.

As iniciativas diplomáticas multiplicam-se na tentativa de resolver o conflito. “O presidente de Angola, João Lourenço, que preside à Conferência Internacional das Regiões dos Grandes Lagos, encontrou-se na sexta-feira com o seu homólogo ruandês, Paul Kagamé, e, no sábado, com o chefe de Estado congolês, Félix Tshisekedi”.

Um relatório confidencial da ONU, consultado em agosto pela agência France Presse, aponta para o envolvimento de Ruanda com o M23. Os líderes americanos também mencionaram a ajuda do exército ruandês ao M23.

Kigali nega e acusa a RDCongo, que também nega, de conluio com as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda, um movimento de rebeldes hutus ruandeses, alguns dos quais envolvidos no genocídio dos tutsis, em 1994, no Ruanda.

Segundo a ONU, os recentes combates provocaram 188.000 deslocados.

Há exatamente 10 anos, em novembro-dezembro de 2012, os rebeldes do M23 ocuparam Goma durante 10 dias, antes de serem derrotados no ano seguinte pelo exército congolês e pelas forças da paz.

 

 

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