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UNITA: “Um ou mais candidatos à liderança, o dilema da Comissão Política”

Na sequência do afastamento de Adalberto Costa Júnior da liderança da UNITA por decisão do Tribunal Constitucional, a Comissão Política (CP) daquele partido reúne-se quarta-feira, 20, para analisar o futuro imediato da organização. Comissão decide amanhã rumo a seguir após afastamento de Adalberto Costa Júnior da liderança do partido.

Se a convocação de um congresso para eleger uma nova liderança do partido é quase uma certeza, a CP parece dividida sobre se Adalberto Costa Júnior será o único candidato ou se haverá outros.

Isaías Samakuva, que assumiu as rédeas do partido, disse recentemente à VOA que se opõe a que haja apenas um candidato por isso ser contra as conquistas democráticas do partido.

Militantes da UNITA e analistas políticos antevêem vários cenários.

O secretário-geral do partido, Franco Nhany, disse que “os congressos são convocados pelo presidente do partido, auscultando a Comissão Política que
amanhã estará reunida”.

“Como a reunião acontece num único dia, amanhã até ao pôr-do-sol saberemos o que a Comissão Política vai decidir”, acrescentou sem dar outros pormenores.

Madilu Bandeka Samuel, militante da UNITA mas que não faz parte da CP, entende que um congresso nesta altura seria “prematuro”.

“Por mim a convocação do congresso tinha que obedecer às datas estatutárias, em 2023”, disse, afirmando que isso iria reflectir “a verdadeira UNITA e não a UNITA de fanáticos”.

“O Dr Samakuva devia continuar à frente do partido até 2022 ser o cabeça-de-lista e em 2023 convocar o congresso”, acrescentou.

O cientista politico Olívio Kilumbo pensa que manter Isaías Samakuva à frente da UNITA seria um suicídio.

“Um congresso com um só candidato seria para mim a melhor via para a UNITA, para não haver dispersão e tendo em conta o interesse e demanda que vem de fora da UNITA, optar por múltiplas candidaturas seria muito arriscado, (porque) os outros teriam problemas concorrer com ACJ e iria dividir a UNITA”, afirmou Kilumbo.

O jurista e analista político Pedro Caparakata tem outra leitura, afirmando que “pode acontecer que Isaías Samakuva arranje alguém para ficar à frente da UNITA e depois o próprio Samakuva no momento ideal aparecer como cabeça de lista para concorrer em 2022, deixando ACJ de fora.”

Caparakata apela à inteligência da UNITA e abandonar a actual política de vitimização.

“Há que encontrar uma solução interna e a partir daí arrancar ao encontro dos angolanos e não estar a perder tempo a acusar o MPLA e o seu presidente porque estes têm um único foco: eleições de 2022 e ganhar agora”, concluiu.

O TC anulou o congresso de 2019 e a eleição para presidente de Adalberto Costa Júnior, por, segundo o acórdão, ter dupla nacionalidade na altura.

 

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