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Venezuela: Nicolás Maduro pede “justiça severa” contra opositor Juan Guaidó

Presidente venezuelano falava durante uma entrevista ao programa “Aqui com Ernesto”, produzido pelo ministro da Cultura da Venezuela.

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu este domingo “justiça severa” contra o opositor Juan Guaidó a quem acusou de promover sanções contra o seu Governo e a indústria petrolífera, sublinhando que nas negociações que decorrem no México “não haverá impunidade”.

“Aqui (na Venezuela) não haverá impunidade, nem no México nem em Marte (planeta). Tem que haver justiça, severa, porque é muito o dano que fizeram”, disse.

Maduro falava durante uma entrevista ao programa “Aqui com Ernesto”, produzido pelo ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Emílio Villegas e transmitido pela televisão estatal venezuelana, referindo-se a negociações a decorrer no México entre representantes do Governo e da oposição liderada por Juan Guaidó.

Maduro acusou a oposição de ter “roubado os ativos” das empresas estatais venezuelanas no estrangeiro, Citgo e Monómeros, e “sequestrado e roubado” mais de 8.000 milhões de dólares em contas bancárias e mais de 2.000 milhões de dólares em ouro que está no Banco de Inglaterra.

Também de ter feito dano com sanções internacionais “que proibiram a atividade económica de exportação e comércio livre para a Venezuela” e de tentativas de golpe de Estado e com a assinatura de um documento para invadir o país.

“Haverá justiça. Pode ser que demore, nos processos históricos que estamos vivendo (…) eu, pessoalmente, sonho com o dia em que haverá justiça e que todos esses bandidos e criminosos, paguem, perante as leis venezuelanas, pelo que têm feito ao povo da Venezuela”, frisou.

Segundo Maduro, apesar de Juan Guaidó ter jurado, em janeiro de 2019, assumir as funções de presidente interino do país, “nunca existiu uma dualidade de poder” na Venezuela.

“A realidade política é que na Venezuela nunca existiu uma dualidade de poder”, sublinhou, precisando que “jamais” houve “dois governos que governassem o território, a população, as instituições”.

Maduro explicou que “houve um só Governo. O Governo legítimo, revolucionário, constitucional, reconhecido assim pela imensa maioria absoluta do povo, em primeiro lugar, e em segundo lugar no exercício das suas funções”, disse, sublinhado que se não tivesse sido assim não teria sido possível enfrentar a pandemia da Covid-19.

“Aqui jamais houve dualidade do ponto de vista político, da realidade do poder na Venezuela. Houve uma campanha brutal que limitou fronteira com a estupidez, a imbecilidade de uma pessoa que acreditava ser presidente de um país”, disse exclamando não conhecer um país do mundo onde alguém tivesse feito isso.

Segundo Maduro, o líder opositor Juan Guaidó foi um “pelele” (pessoa débil e influenciável) treinado pelos EUA para derrocar um governo constitucional, destruir a revolução bolivariana e impulsionar a colonização política e económica da Venezuela.

“Juan Guaidó, para a história da Venezuela está esmagado, derrotado, como ensaio de uma tentativa de intervencionismo e dominação colonial de Venezuela”, frisou.

Representantes do Governo de Nicolás Maduro e da oposição liderada por Juan Guaidó, retomaram, sexta-feira, uma nova ronda de negociações no México, com a mediação da Noruega, e na sequência conversações iniciadas em 13 de agosto, que levaram, o regime a libertar opositor Freddy Guevara, e a Plataforma Unitária da Venezuela a anunciar que participará nas eleições regionais de 21 de novembro.

O regime exige o levantamento de todas as sanções internacionais, que sejam devolvidas as reservas de ouro que se encontram no Banco de Inglaterra e os fundos que estão bloqueados em contas bancárias de vários países, incluindo no Novo Banco, em Portugal.

A oposição, continua a pedir garantias para eleições sejam “livres e justas”, no que diz ser uma etapa de um acordo de salvação nacional que permitirá afastar Nicolás Maduro do poder e convocar um governo de transição.

A oposição quer ainda que o partido Vontade Popular (centro-esquerda), do qual fazia parte Juan Guaidó, deixe ser classificado pelo regime como “fascista e terrorista”.

 

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