A Televisão Pública de Angola (TPA) iniciou, na segunda-feira, a apresentação de uma série de 11 reportagens intituladas “O Banquete”, que mostra como altas figuras do Estado se aproveitavam dos cargos para usar o erário em proveito próprio, antes de 2017.
As reportagens, apresentadas pelo jornalista Ernesto Bartolomeu, denunciam uma série de esquemas de enriquecimento ilícito, em prejuízo do Estado e da maioria dos angolanos.
No primeiro programa, emitido no Telejornal de segunda-feira, a TPA mostrou como supostamente o antigo presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, o presidente da Comissão Executiva da SONIP, subsidiária da então concessionária nacional, Orlando Veloso, utilizaram empresas pessoais para tirar centenas de milhões de dólares do Estado, através do consórcio Miramar Empreendimentos, Limitada.
O consórcio foi constituído entre a Sonangol, a Suninvest, braço financeiro da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), e a Namkwang International para a construção de três edifícios e um hotel de luxo da cadeia Intercontinental.
A reportagem de ontem centrou-se na figura de Joaquim Sebastião, antigo director do Instituto de Estradas de Angola (INEA), que em Julho do ano passado teve de devolver ao Estado imóveis, viaturas e outros bens no valor de 45 milhões de dólares, depois de estar vários meses em prisão preventiva, acusado de peculato. Na reportagem, a TPA denuncia esquemas envolvendo várias figuras, tendo Joaquim Sebastião no centro, actuando como jogador e árbitro, com várias obras do INEA a serem executadas por empresas do próprio director-geral ou de pessoas próximas, resultando em desvios de fundos públicos.