O secretário de Estado angolano para o Tesouro congratulou-se hoje com a avaliação positiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), que permitiu o desembolso de 487,5 milhões de dólares e salientou que foram atingidas cinco das seis metas propostas.
“A quarta revisão [do FMI] analisou o desempenho de Angola para o período até junho de 2020 e como resultado, concluiu que das seis metas estabelecidas para os critérios de desempenho o país cumpriu confortavelmente com cinco delas”, afirmou Osvaldo João, que hoje apresentou o relatório do FMI, à televisão pública de Angola (TPA).
A meta que ficou por cumprir está relacionada com a acumulação dos atrasados externos, adiantou, destacando o cumprimento “muito positivo” do défice fiscal primário não petrolífero, “uma das principais âncoras” do programa do FMI, já que permitirá à economia alterar a trajetória de défice que vinha sendo verificada nos últimos anos, sobretudo entre 2014 e 2017.
“Seguimos essa meta e aplicámos as medidas conducentes ao alcance desta meta com muita responsabilidade por forma a que o país entre na rota consolidação fiscal e sustentabilidade da dívida”, sublinhou.
Osvaldo João salientou também o cumprimento de outra meta fundamental, a das reservas internacional líquidas, fundamental para a preservação da solvabilidade e da posição externa do país.
Quanto a outras metas, que servem para guiar o executivo a alcançar os seus objetivos, mas cujo incumprimento não compromete a continuidade do programa, Angola obteve êxito nas cinco estabelecidas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na segunda-feira passada o desbloqueio de 487,5 milhões de dólares (401,3 milhões de euros) para Angola, revelando que foi concluída a quarta revisão do programa económico de Angola, apoiado por um acordo alargado ao abrigo do Mecanismo de Financiamento Alargado.
O acordo alargado a três anos para Angola foi aprovado a 07 de dezembro de 2018, no montante de cerca de 3,7 mil milhões de dólares (cerca de 3 mil milhões de euros), para restaurar a sustentabilidade externa e fiscal, melhorar a governação, e diversificar a economia para promover um crescimento económico sustentável, liderado pelo setor privado.
Aquando da terceira revisão, o FMI também aprovou o pedido das autoridades de um aumento de 765 milhões de dólares (630 milhões de euros) para apoiar os esforços das autoridades para mitigar o impacto da Covid-19 e sustentar a implementação da reforma estrutural.
O Fundo Monetário Internacional elogiou o trabalho de Angola, mas também deixou alguns “puxões de orelha”, nomeadamente quanto à necessidade de prosseguir as “reformas estruturais”.