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Angola: Dúvidas quanto a lei sobre “independência do BNA” mas Associação Industrial está optimista

Especialistas angolanos manifestaram dúvidas que uma lei garantindo a independência do Banco Nacional de Angola possa ser aplicada na prática mas um dirigente empresarial disse estar convencido da “seriedade” do projecto de lei.

O Presidente da República, João Lourenço já enviou uma proposta de lei à Assembleia Nacional que visa transformar o Banco Nacional de Angola numa instituição totalmente independente do poder executivo mas a partidarização do Estado durante décadas leva a que o professor e especialista em análise, auditoria e contabilidade financeira Eduardo Nkosi considere que com a actual estrutura económica e política é quase impossível uma lei desta natureza funcionar em termos práticos.

“No caso de Angola não é possível funcionar porque o país funciona como um modelo de partido estado onde o presidente da republica tem uma grande influência sobre o banco central, funcionando o BNA como caixa do estado”, disse.

“Desde que o estado está partidarizado, politizado este sistema não tem como funcionar, talvez como fachada é possível mas na prática é muito difícil funcionar”, acrescentou

Na mesma linha de pensamento está outro economista, o especialista em gestão bancária Estêvão Gomes que diz não acreditar que alguma lei neste sentido seja viável em termos práticos.

“Nós temos uma grande cumplicidade entre o poder político e o sector económico”, disse Gomes para quem “o facto do próprio Presidente da República ser também presidente do partido governante são factores que influenciam a gestão do Banco Nacional de Angola e outras instituições financeiras como o ministério das finanças etc.”.

Outro especialista, Damião Cabulo pensa que mesmo com a aprovação de uma lei a aplicação prática encontraria obstáculos porque a “independência do banco central ou outra instituição do estado qualquer com o actual modelo económico e a partidarização excessiva do estado não encontra viabilidade prática”.

José Severino, presidente da AIA Associação Industrial Angolana mostrou-se mais optimista afirmando que“o actual modelo de gestão do BNA foi totalmente desastroso para o país”.

O projecto de lei, disse, está ligado não só a exigências do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional mas também a pedidos da sua própria organização que “há muito que tem pedido e a reformulação desse tipo de gestão”.

“Estou convencido, estou seguro que há uma profunda seriedade do presidente João Lourenço em implementar esta intenção porque na verdade o nosso modelo económico está a mudar, com algumas particularidades, mas está tudo em renovação”, disse.

 

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