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Angola: Partidos angolanos dizem “não estar surpreendidos com investigação de negócios do Presidente nos EUA”

UNITA, PRS e CASA-CE sublinham que essas denúncias têm sido feitas por eles em Angola

Os partidos políticos na oposição em Angola não se mostram surpreendidos com a revelação de investigações a alegadas transações bancárias ilegais do Presidente João Lourenço e sua família, envolvendo a compra de imóveis nos Estados Unidos da América.

A UNITA, a CASA-CE e o PRS advertem, no entanto, que a provarem-se as suspeitas o país vai sofrer consequências.

A consultora Pangea Risk, especializada em negócios em África e no Médio Oriente, citada pelo jornal português Expresso, avança que o Presidente angolano está a ser investigado há um ano por procuradores americanos que acreditam ter provas de violações da legislação dos Estados Unidos por parte de Chefe de Estado, família e parceiros de negócios.

O deputado Joaquim Nafoia da UNITA diz que o seu partido dispõe de dados que coincidem com a informação avançada pela consultora americana e adverte que, caso as suspeitas se confirmem, o país sairá muito prejudicado.

“Isso vai prejudicar os angolanos e afugentar os investidores estrangeiros”, admite o deputado da UNITA, quem defende que a Procuradoria-Geral da República não devia esperar que investigações desta natureza sejam realizadas a partir do estrangeiro.

Também o secretário-geral do PRS, Rui Malopa, considera que as investigações em curso fazem parte das “inúmeras denúncias da oposição sobre a corrupção em Angola envolvendo altas figuras do partido no poder”.

Por seu lado, o presidente da CASA-CE sublinha que “mancha a imagem e a reputação de Angola no contexto internacional”.

Manuel Fernandes sublinha que, a ser verdade, o Presidente João Lourenço deverá ter a coragem de se defender e esclarecer o que se passou.

Além do Presidente, os procuradores têm debaixo dos olhos a primeira-dama angolana, Ana Afonso Dias Lourenço, que é accionista da agência de comunicação Orion, citada no relatório, o advogado e homem forte do MPLA Carlos Feijó, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, o antigo vice-presidente Manuel Vicente, e os empresários Carlos Cunha e Valdomiro Minoru Dondo.

As suspeitas, segundo o relatório do Pangea Risk, recaem em “alegadas violações do FCPA – Foreign Corrupt Practices Act”, a legislação norte-americana sobre a corrupção de funcionários públicos americanos no exterior.

Os investigadores têm centrado a sua acção em “transações bancárias ilegais, fraudes bancárias para a compra de imóveis nos Estados Unidos, e uma conspiração para defraudar o Departamento de Justiça dos EUA pela família Lourenço”.

Os procuradores procuram descobrir transações que envolvem interesses norte-americanos, como o uso do dólar e de bancos com sede nos EUA, o envolvimento de empresas americanas, bem como imóveis e outras compras feitas nos EUA pela família Lourenço.

 

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