Blocos petrolíferos como o 3/05, onde a produção recaiu apenas sobre 40 por cento de um volume de petróleo inicial de 3,2 mil milhões de barris, dão uma indicação de que a estratégia de recuperação de campos maduros adoptada pela Sonangol pode conduzir a companhia a atingir, este ano, uma quota de 10 por cento da produção angolana de crude.
O presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Sonangol, Ricardo Van-Deste, aponta numa entrevista publicada na edição de Junho do “Pacaça”, a newsletter da petrolífera estatal, 2021 como o ano em que a companhia eleva a quota de 2,0 para 10 por cento da produção angolana de petróleo, de 1,2 milhões de barris por dia.
Ricardo Van-Deste considerou que, apesar de desafiador, o objectivo de elevar a quota de produção da Sonangol é alcançável, pois, hoje, a companhia tem uma organização empenhada nessa meta, esperando resultados já este ano.
“Para o alcance da quota de 10 por cento da produção, o responsável aponta uma estratégia de três pilares, nomeadamente, a revitalização de campos maduros, o desenvolvimento de descobertas marginais (em mar e terra), bem como a exploração dentro de áreas de desenvolvimento”.
O gestor realçou que o foco da UNEP é aumentar esse factor de recuperação, optimizando os sistemas de injecção de água e perfurando poços adicionais.
Para tal, disse, não haverá necessidade de um grande investimento em instalações de produção, porque já existem, tendo capacidade suficiente de processamento, sustentando as descobertas marginais.
Com a recente legislação sobre descobertas marginais, disse ser possível desenvolver, do ponto de vista económico, alguns recursos que, no passado, não eram viáveis.
A UNEP está, igualmente, a prestar atenção ao gás, não apenas como forma de energia mais limpa, mas devido à entrada em vigor de legislação que permite o desenvolvimento de campos de gás não associado (gás livre de óleo e de água no reservatório).