Os trabalhadores da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) suspenderam, às 12 horas deste sábado dia (14), a greve iniciada segunda-feira (9), em contestação de alegados baixos salários que auferem actualmente.
Esta foi a primeira fase da paralisação das actividades laborais, sendo que a segunda etapa da greve interpolada está prevista para o dia 23 do corrente mês, podendo ser levantada em caso de entendimento entre o Conselho de Administração e a Comissão Sindical.
A Angop apurou que durante os seis dias desta primeira fase, a Inspecção Geral do Trabalho (IGT) promoveu um encontro entre as partes desavindas mas sem qualquer resultado que alterasse a posição inicial das partes, que ainda assim mantiveram os serviços mínimos.
De acordo com Cardoso Gamboa, porta-voz da comissão sindical, “está suspensa a greve até ao dia 22 de corrente mês, pelo que a partir de segunda-feira (16) retomamos as nossas actividades com normalidade, enquanto damos mais tempo para a Administração se pronunciar sobre o aumento salarial”.
O sindicalista confirmou que durante o período da greve mantiveram um encontro, de iniciativa da IGT, com o Conselho de Administração, mas sem consenso entre as partes e que a Administração recusou em aumentar o ordenado em 100% e pagar um suposto 14º salário, no lugar do cabaz.
“Neste encontro esperávamos uma contra posposta da entidade patronal, o que não houve. Queremos dialogar durante a próxima semana, e negociar é a palavra de ordem, pois a partir do dia 23 iniciaremos a segunda fase da greve, também por uma semana, mas sem serviços mínimos”, afirmou o porta-voz do sindicato.
Por sua vez a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), através de uma fonte oficial reiterou as considerações do Presidente do Conselho de Administração (PCA), Hélder Adão.
“Consideramos “ilegal” a greve dos trabalhadores. A empresa não tem condições para atender as exigências dos grevistas. A administração mantém a sua posição inicial, pois, em uma semana nenhuma empresa consegue aumentar as suas receitas e atender a um caderno reivindicativo centrado no aumento de salário”, frisou.
Na sequência da greve, o PCA da ENDE criou uma comissão para apreciar o caderno reivindicativo e elaborar uma proposta de acordo com os trabalhadores, soube-se de fonte junto da instituição.
A comissão sindical dos trabalhadores da ENDE remeteu em Julho um caderno reivindicativo à entidade patronal, onde solicitam essencialmente, dentre outras, melhores condições laborais e o aumento salarial na ordem dos cem por cento, sendo este último ponto o único não atendido.