O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) vai criar, ainda este ano, agências regionais, a serem instaladas nas províncias do Huambo, Uíge, Lunda Sul, Benguela e Huíla, visando reduzir a burocracia ao acesso à banca e estimular o empresariado local a apresentar projectos virados à diversificação da economia.
O alargamento da cobertura do banco consiste em dar resposta célere às solicitações de financiamento apresentadas pelos investidores, sobretudo do sector agrícola, que representa uma alavanca para o fomento da produção nacional e garantia da auto-suficiência alimentar das famílias.
A informação foi prestada hoje, na cidade do Cuito, capital da província do Bié, pelo representante do BDA, Ricardo Júnior, que falava no fórum do agronegócio, promovido pelo Governo do Bié, no âmbito da III edição da Feira da batata e do Milho, que arrancou nesta quinta-feira.
Ricardo Júnior avançou ainda que o BDA reconhece as actuais dificuldades de acesso à instituição, pelo facto de existir apenas em Luanda, pelo que, com a pretensão de se implementar às agências regionais, irá facilitar que haja menos burocracia ao empresariado.
Esta medida foi aplaudida pelo governador do Bié, Pereira Alfredo, tendo solicitado ao BDA à necessidade de se implementar as agências regionais em províncias menos desenvolvidas, visando reduzir as assimetrias que se verificam.
Apesar disso, o governador apontou o papel que o Banco de Desenvolvimento de Angola tem vindo a dar no financiamento da economia, sobretudo, em projectos virados à agricultura, o que tem estado a contribuir na maximização da produção agrícola nesta parcela do território nacional.
O Banco de Desenvolvimento Angolano tem disponíveis, para este ano, uma carteira de créditos avaliada em 250 milhões de dólares, para apoio às iniciativas de negócio de investidores primários e secundários da economia nacional.
No quadro desta iniciativa, o Banco de Desenvolvimento Angolano vai igualmente acelerar o tempo de resposta às solicitações de financiamento, que deverão contar com um prazo máximo de 40 dias, em alinhamento às exigências determinadas pelo Banco Nacional de Angola.
“Dentro do Programa de Revitalização da Produção Nacional, o BDA financiou, nos últimos cinco anos um total de 975 projectos, com um montante de 315 mil milhões de kwanzas, canalizados para 689 iniciativas do sector da Agricultura, (líder do ranking), 156 da Indústria, 88 do Comércio, 35 da Pecuária, entre outros”.
A feira decorre em simultâneo com as festividades dos 86 anos de existência do município Cuito, desde que foi elevado à categoria de cidade, a 31 de Agosto de 1935. As duas anteriores edições decorreram em 2019 e 2020, também no Cuito.
Sob o lema valorizar a cadeia produtiva em tempos de covid-19, a III edição da feira da batata e do milho de produção local abriu com 80 expositores.
No evento, com duração de três dias, estão expostos mais de 300 toneladas de produtos diversos, entre batata, milho, feijão, alho, cebola, mandioca, hortaliças entre outros.
Além dos produtos do campo, estão patentes ainda vários serviços prestados na província, como de telecomunicações, segurança social e registo civil.