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Angola: Hipermercado KERO “sem produtos” para aguentar os próximos dois meses

A rede de hipermercados KERO está sem capacidade de “stock” para aguentar os próximos dois meses, tudo porque as lojas estão sem receber produtos dos fornecedores desde que a rede deixou de pertencer aos generais Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, antigos proprietários, e passou para a esfera do Estado, há quase um ano, soube o Novo Jornal junto de uma fonte da estrutura hierárquica do grupo Zahara.

Se a situação não for resolvida nos próximos dias, a quadra festiva irá encontrar as lojas sem artigos para atender aos seus clientes e muitos funcionários ficarão sem ocupação.

“Não há capacidade para que as lojas suportem acima dos dois meses em diante. Se os meses de Setembro e Outubro terminarem conforme estamos, em Novembro e Dezembro não teremos nada para vender”, disse a fonte ao Novo Jornal.

Segundo a fonte do Novo Jornal, que preferiu não ser identificada, o KERO deixou de receber produtos dos fornecedores desde que passou para a gestão do Estado em 2020, “o que só trouxe retrocesso às lojas”.

“Houve um retrocesso total, desde os despedimentos à suspensão de contratos com os fornecedores. O que ainda resta nas lojas são apenas produtos que existiam em “stock”. Desde que a rede passou para as mãos do Estado não recebemos mais nada! Fecharam as portas aos fornecedores e é por isso que as lojas estão todas vazias”, expôs.

Segundo a fonte, até aqui não há incumprimentos da parte do Estado quanto ao pagamento dos salários, nem houve despedimentos do pessoal com contrato de trabalho por tempo indeterminado.

“Quanto aos salários não há problema, mas no que toca aos produtos, sim. E se continuarmos assim mais dois meses, não teremos nada para comercializar porque nos nossos “stocks” já não há produtos, os nossos armazéns estão todos vazios”, disse.

De acordo com a fonte, ainda não há uma previsão para que a rede de hipermercados KERO seja administrada por um novo dono que não o Estado, visto que o processo de privatização está em curso, mas há o temor de que sejam todos mandados para casa por falta de actividade laboral nos próximos meses.

“Esperamos que não. Mas é possível, visto que chegámos a este ponto em que nas lojas já não há praticamente nada para se fazer”, narrou.

O negócio que hoje uma loja KERO faz diariamente, prossegue a fonte, é comparado à de uma cantina nos bairros.

“Anteriormente uma loja podia facturar diariamente 50 milhões de kwanzas, agora só factura um a dois milhões, outras fazem menos”, explicou a fonte da estrutura hierárquica do grupo Zahara.

KERO Gika encerra definitivamente esta terça-feira

Segundo um comunicado do grupo Zahara, distribuído às redacções na semana passada, o KERO Gika, que está situada no Centro Comercial Luanda Shopping, encerra definitivamente esta terça-feira, 31 de Agosto, pelo facto de aquela estrutura não pertencer ao grupo.

Mais de 40 funcionários em regime de contrato por tempo determinado foram mandados para casa no âmbito do encerramento, como noticiou o Novo Jornal no dia 26 desde mês.

Entretanto, as lojas KERO em Luanda têm registado, nos últimos dias, redução do pessoal de atendimento aos caixas, devido à fraca movimentação de clientes e às muitas prateleiras vazias.

Este cenário, segundou apurou o Novo Jornal, é evidente em outras lojas KERO espalhadas pelo País.

Importa lembrar que a rede do hipermercado KERO era detida pelos generais Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, dois ex-elementos da Presidência da República no tempo de José Eduardo dos Santos

No mês de Julho, e no âmbito das privatizações, o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) deu início ao concurso de privatização do grupo Zahara.

Em Outubro de 2020, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que após constituídos arguidos, os generais procederam à entrega ao Estado de vários activos, entre os quais a rede de hipermercados KERO.

Hipermercado KERO sem produtos para aguentar os próximos dois meses – Quadra festiva pode encontrar as lojas sem artigos

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