Os partidos da oposição angolana, realizaram uma conferência de imprensa em Luanda, nesta quinta-feira, 02 de Setembro para apresentar a sua posição após terem votado contra a Lei Orgânica das Eleições Gerais em Angola, previstas para o ano 2022.
O Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, apelou à união de todos os partidos políticos da oposição e membros da sociedade civil, no sentido de se impedir a fraude eleitoral das próximas eleições gerais em Angola.
Para Liberty Chiyaka, o país precisa de ser libertado da má governação, na mesma altura em que o Estado de direito precisa de ser resgatado.
“A democracia vai libertar Angola e os angolanos vão resgatar o Estado. Quando dissemos os angolanos, incluímos naturalmente os dirigentes e militantes do regime que também estão amordaçados e são prisioneiros do sistema corruptor e corrompido que o regime instalou em Angola”, apelou o líder parlamentar.
O deputado adiantou igualmente que, só há uma maneira de fazer isso, apontando para a união das Forças Patrióticas, antes, durante e depois das eleições, no sentido de vencer a tirania e a má governação.
Por isso estamos aqui. Unidade de ideias, unidade de esforços, união na vontade e unidade na acção. Só há duas escolhas para 2022, de um lado de Angola e do outro lado do regime. Do lado de Angola estarão os patriotas que aceitam a verdadeira democracia e submetem-se à soberania popular.
Na sua intervenção, Justino Pinto de Andrade, deputado da CASA-CE, que retiradas vezes tem apelado à necessidade de o MPLA ir à oposição, disse que o exemplo é a vizinha República da Zâmbia, onde recentemente aconteceu a alternância política, uma alternância para o povo que conseguiu contornar o processo e não para pessoas individualmente.
“Por isso mesmo, o meu apelo vai no sentido de juntarmos todos nós, independentemente da cor política que tenhamos para podermos em conjunto substituir este regime. É preciso mandar este regime ir descansar”, conforme o Deputado Justino Pinto de Andrade.
O político, disse também que tem toda convicção de que quando o MPLA for descansar vai ser o primeiro partido a apelar à alteração das leis que ele próprio está a aprovar.
Importa ainda referir que, nesta sexta-feira, 03 de Setembro, o MPLA criticou a posição dos partidos da oposição, ao solicitar João Lourenço, presidente da República, no sentido de não promulgar a Lei Orgânica das Eleições Gerais em Angola, aprovada na Assembleia Nacional na última quarta-feira, 01 de Setembro.