Há aproximadamente dois dias, o Engenheiro Civil, António Venâncio de 66 anos de idade, militante veterano do MPLA, informou em um comunicado datado de quarta-feira, 13 de Outubro, a formalização da sua candidatura à presidência do partido dos camaradas, sem no entanto, o acto ser destaque nos órgãos de comunicação social públicos.
Segundo analistas políticos, António Venâncio reúne requisitos necessários para concorrer à presidência do seu partido, pese embora alguns militantes estejam a evocar o facto de não ser Membro do Comité Central do MPLA, cujos estatutos possivelmente não permitem.
Militante do MPLA há 48 anos, António Venâncio, entre muitas outras qualidades, de acordo à sua biografia é membro-cofundador do Comité de Engenheiros do MPLA e coordenador do Grupo Temático da Construção Imobiliária.
No período colonial, estudou na Escola do Magistério Primário Nº 147 1966, na Vila Alice e, depois de concluída a Admissão aos Liceus pela Liga Nacional Africana, 1967, na Escola D. João I e no Liceu Salvador Correia 1969 a 1971.
Integrou a célula clandestina do MPLA em Dezembro de 1973 coordenada por Abel de Fontes Pereira no antigo Bairro Indígena (Bairro das Bês), tendo sido em Janeiro de 1974 detido pela PIDE na cadeia de S. Paulo, libertado na sequência do Golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, em Portugal, evento que precipitou a ascensão à independência das ex-colónias em África.
Ingressou oficialmente no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) aos 27 de Março de 1974, depois foi enquadrado no grupo de activistas para a mobilização de massas, no Rangel) visando a realização do comício ocorrido frente às instalações do edifício da Dona Amália, no bairro Rangel, presidido pelo Camarada Lúcio Lara, imediatamente a seguir a chegada da primeira Delegação oficial do MPLA a Luanda, no dia 8 de Novembro de 1974.
Activista Político e Coordenador da célula do Movimento e Grupo de Acção do MPLA dos trabalhadores do Porto, Caminhos de Ferro e Transportes (PCFT) de Luanda, onde desenvolveu intensa actividade política, mobilizando cidadãos angolanos e portugueses no sentido de não abandonarem o país.
Em cumprimento de uma orientação directa do Presidente Agostinho Neto, em reunião com Guilherme Tonet Macala, realizada no Morro da Luz, entregou-se à tarefa de persuadir trabalhadores do Porto e Caminho de Ferro de Luanda, principalmente originários da região Sul do país, a integrarem o MPLA.
Fez parte do corpo de activistas políticos do Departamento Regional de Organização de Massas (DOM), Sector Operário, de 1974/76, em Luanda, localizado na Rua João de Almeida, Vila Alice, actualmente Sede do Comité Provincial do Partido de Luanda, onde também participou nas sessões de formação política e ideológica para militantes do Movimento enquadrados nas várias células e Grupos de Acção dispersos por Luanda
O primeiro candidato oficialmente conhecido, Eng. António Venâncio, militante veterano do MPLA, informou em um comunicado nesta quarta-feira, 13 de Outubro, a formalização da sua candidatura à presidência do MPLA, partido no poder em Angola.
No comunicado que Angola24Horas teve acesso, António Venâncio assegurou que está disponível para prestar nos próximos dias toda a colaboração aos órgãos do partido, no sentido da conclusão do processo da candidatura em tempo útil.
“Aos angolanos no país e no estrangeiro!
Comunico-vos, que acabei de formalizar, hoje, junto da Direcção do meu partido, a minha pretensão em candidatar-me ao cargo de Presidente do MPLA”, conforme António Venâncio.
Garantiu por outra que, estando alinhado com o espírito dos seus actuais estatutos, o reforço da democracia interna prestigiará imenso o processo democrático angolano, visando o seu fortalecimento, o aceleramento das acções do desenvolvimento do país e a realização do homem angolano. “Viva Angola”
Assim, António Venâncio, primeiro candidato oficial à presidência do partido dos camaradas, poderá defrontar João Lourenço, no próximo Congresso do MPLA, agendado para Dezembro de 2021.
Vale recordar que, Irene da Silva Neto e Álvaro Manuel Boavida Neto, nomes que inicialmente soaram como sendo possíveis candidatos ao mesmo cargo, emitiram comunicado à imprensa e opinião pública, manifestando a indisponibilidade de apresentarem candidaturas ao MPLA, por não se se tratar de prioridade.
Irene da Silva Neto, filha do primeiro presidente angolano e fundador da nação, António Agostinho Neto, por exemplo, negou categoricamente a possibilidade de ser candidata à presidência do MPLA, para, segundo informações postas a circular, fazer frente ao seu Presidente, João Lourenço no VIII Congresso.
No comunicado datado de 13 de Outubro que Angola24Horas teve acesso, a médica de profissão, Membro do Comité Central e do Bureau Político do MPLA, Irene Neto, face às notícias tornadas públicas, disse que não fechou as portas ao convite de apresentar uma moção de estratégia e uma lista à liderança do MPLA, no próximo Congresso, porque entendeu que, devia reflectir sobre essas hipóteses.
“No entanto, neste momento, a única missão para a qual estou disponível é provar a inocência do meu marido, Carlos de São Vicente, preso há mais de um ano em prisão preventiva, e lutar pela sua libertação. Em nenhuma circunstância podemos admitir que um inocente esteja preso”, disse Irene Neto.