A ex-deputada do MPLA e filha do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, Welwitschea ‘Tchizé’ dos Santos, usou a rede social Facebook para tornar público o seu apoio à candidatura de António Venâncio à presidência do partido que governa Angola desde a independência.
“Eu apoio a candidatura do militante António Venâncio à presidência do MPLA, pois é muito importante que pela primeira vez em 65 anos de existência deste partido haja mais de um candidato à sua presidência”, escreveu Tchizé dos Santos, que há já muito tempo entrou em rota de colisão com o actual presidente do partido, João Lourenço.
A empresária, a quem, em Outubro de 2019, o Parlamento revogou o seu mandato de deputada, deixa um apelo aos militantes do MPLA no seu mural: “Apelo a todos os militantes do MPLA que puderem ajudar a recolher assinaturas em todas as províncias de Angola para garantir a efetivação da candidatura do Eng. António Venâncio, que se juntem a esta causa pela democracia interna no MPLA e pela democratização efectiva do nosso País”.
António Venâncio, militante do MPLA há 48 anos, foi o primeiro a anunciar a sua candidatura à liderança do partido no poder em Angola no VIII Congresso, previsto para 9 de Dezembro, porque, diz, ambiciona “uma instituição mais prestigiada e democrática”.
Para Venâncio, “a falta de democracia interna gera cenários de bajulação, nepotismo, idolatria ou endeusamento do líder”.
“Muitos erros cometidos, e que ainda não foram corrigidos, poderão representar no futuro uma baixa ainda mais considerável dos níveis de aceitação do partido na sociedade”, referiu pouco depois de anunciar a sua candidatura.
Entretanto, a candidatura do actual presidente do partido e candidato “natural” à sua liderança, João Lourenço, foi apresentada na quarta-feira, 27, na sede do partido, pelo membro do Bureau Político, Pedro Neto, na condição de mandatário.
E é, para já, a única candidatura apresentada à sua própria sucessão, numa altura em que o militante do MPLA António Venâncio, continua a expor que tem encontrado “enormes barreiras” na recolha de assinaturas nas províncias por parte de indivíduos que considera “antidemocratas”, assinaturas de que necessita para apresentar na comissão das candidaturas.
Já o processo de candidatura de João Lourenço decorreu sem problemas decorreu, como era esperado.