O presidente da UNITA, Isaías Henriques Ngola Samakuva, considerou, esta segunda-feira, 15 de Novembro, em Luanda que a entrega, pelo Governo angolano, de ossadas de Salupeto Pena e Alicerces Mango, mortos nos confrontos pois eleitoral em 1992, na capital do país, um importante passo para a reconciliação entre os angolanos.
O governo angolano, entregou esta segunda-feira, nas instalações do Laboratório Central de Criminalistica de Luanda, os restos mortais de Salupeto Pena, representante da UNITA na Comissão Conjunta Política Militar para implementação dos Acordos de Bicesse e Alicerces Mango, então Secretário geral da UNITA.
O acto presidido pelo Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queirós, igualmente coordenador da Comissão para Implementação do Plano de Reconciliação das Vítimas dos Conflitos Armados, foi presenciado pela ministra da saúde, Sílvia Lutucuta, pelo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, pelo presidente da UNITA, Isaías Samakuva e pelos familiares das vítimas.
As ossadas dos nacionalistas Salupeto Pena e Alicerces Mango, foram entregues aos familiares pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, depois do cumprimento de todas as formalidades de identificação das ossadas.
Sobre o trabalho envolvido, o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, disse que a grande dificuldade consistiu no facto de as peças ósseas apresentadas para análise, terem sido submetidas às mais diversas condições climatéricas e, para contornar as dificuldades surgidas, foram realizados estudos científicos que contaram com o contributo de parceiros científicos e especialistas internacionais desde brasileiros, Sul africanos, portugueses e outros.
Já Francisco Queirós, entre vários aspectos, apelou à que as diferenças não devem continuar a serem vistas como um mal a combater e a abater, acrescentando que o momento agora é dos angolanos olharem-se como filhos da mesma pátria.
De acordo com o presidente do maior partido da oposição angolana, UNITA, Isaías Samakuva, é extremamente importante que actos desta natureza, não só se repitam como também sirvam de reflexão para todos angolanos.
“É doloroso ver os angolanos desavindos, até ao ponto de não se identificarem como nacionais. Antes as pessoas preferem identificar-se pela cor do seu partido. Eu creio que estamos na hora de passar por cima disso, de aprendermos com as lições do passado e também nos ver como filhos da mesma pátria”, considerou.
Assim, os restos mortais de Salupeto Pena e Alicerces Mango, foram entregues às famílias para a realização dos devidos funerais, em data a anunciar oportunamente.
