Pessoas com deficiência continuam a não poder participar na vida política do país por serem ignoradas senão mesmo marginalizadas pelos partidos políticos, dizem vários membros deste grupo de cidadãos que dão como exemplo os recentes congressos de três partidos (MPLA, UNITA e PDP-ANA).
O professor Alberto Tema, que vive com deficiência desde a sua infância, mostra-se agastado com o facto do MPLA ter usado uma pessoa com deficiência na sua campanha como símbolo de inclusão, mas que na prática não existe.
“O MPLA no seu VIII congresso usou a imagem de pessoas com deficiência para parecer que há inclusão coisa que não existe até porque estamos aqui atirados à nossa sorte”, disse.
Para Adão Ramos, outra pessoa com deficiência ouvida pela VOA, esta franja da sociedade, apenas serve para embelezar as salas e charmes políticos para ” satisfazerem interesses das pessoas que se julgam completas”, disse.
Opinião contrária tem Victor Hugo Mendes, também pessoa com deficiência, e militante da UNITA que diz existir espaço para todos.
“Só posso falar do partido onde milito que é a UNITA e nesse quesito há participação para esta franja da sociedade sem qualquer exclusão”, disse.
Já o advogado Micael Daniel, também pessoa com deficiência, entende que ainda é exíguo o espaço para esta franja.
“A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência salvaguarda a participação activa e passiva na política, infelizmente ainda há uma invisibilidade nos partidos no que toca a afirmação das pessoas com dificiência na politica tudo por conta da inaplicabilidade da politica que savaguarda a participação destas pessoas”, disse.
Em resposta, Ruben Sicato, responsável de comunicação e marketing do 13º congresso da UNITA, disse existir espaço para todos.
“Lá onde nós temos militantes com deficiência tratamo-los de igual modo e não discriminamos ninguém e eu não tenho conhecimento de nenhum caso de rejeição de qualquer pessoa”, disse.
Já Abreu Capitão Bernardo, recém eleito presidente do PDP-ANA disse o seu partido está de mãos abertas às pessoas com deficiência.
“Nós estamos de mãos abertas para trabalhar com esta franja da sociedade”, disse.
A VOA contactou sem sucesso o porta-voz do MPLA, Rui Falcão.