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Angola: Presidente da FNLA apela à “calma e ao diálogo” e antigos dirigentes abordam causas para a crise

O presidente eleito da FNLA, Nimi a Simbi, pediu aos militantes daquele partido histórico angolano a manterem a calma e serenidade e considerou que a melhor via para resolver os conflitos internos é o diálogo aberto e franco, em meio à crise interna que permanece naquele partido histórico angolano.

Ao falar em Luanda, na cerimónia de cumprimentos de fim-de-ano, na sexta-feira, 31, Nimi a Simbi disse que o V Congresso Ordinário deu uma nova esperança para o futuro da FNLA e defendeu que o partido não pode estar refém dos interesses pessoais de alguns dirigentes.

Entretanto, o jurista, Pedro Caprataca, antigo conselheiro do fundador e líder histórico de Holden Roberto, considera que a FNLA nunca foi “geneticamente uma organização política estruturada”, mas um ente que sobreviveu graças à sua componente militar, que tinha como ícone a pessoa do seu fundador.

À VOA, Capracata, que se afirma ser um dos autores do primeiro estatuto da organização, precisou que “ a FNLA está politicamente falida como partido “porque até 1991 nunca se afirmou como uma organização política” e que a permanente crise interna “é resultado disso”.

Para aquele jurista, a FNLA mantém-se no actual xadrez político angolano apenas como “uma organização simbólica artificial para a satisfação espiritual dos seus seguidores” e “uma fonte de enriquecimento dos seus sucessivos dirigentes”.

Por sua vez, o dirigente histórico da FNLA, Carlinhos Zassala, acusa o partido no poder, o MPLA, de, alegadamente, instrumentalizar as figuras que têm estado a dirigir o partido desde a morte do líder seu histórico, Holden Roberto.

Zassala aponta também o que chama de “egocentrismo, o egoísmo e o orgulho pessoal” como sendo as causas dos desentendimentos no seio da FNLA .

“Enquanto não formos donos do nosso próprio partido não teremos reconciliação interna”, conclui.

Depois de muitas controvérsias, recursos ao tribunal e congressos paralelos, a FNLA realizou o seu congresso de 17 a 19 de Setembro de 2021, no qual Nimi a Simbi foi eleito presidente, em substituição de Lucas Ngonda.

 

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