Para além dos dois dias de luto nacional, foi também decretado o encerramento de todas as salas de espetáculos e recintos de diversão. O último balanço dá conta de pelo menos oito mortos.
O Governo da Guiné-Bissau decretou esta sexta-feira luto nacional no país no sábado e no domingo, na sequência do ataque de terça-feira ao Palácio do Governo, que provocou oito mortos, decisão que foi promulgada pelo Presidente.
“É declarado luto nacional em todo o território nacional por dois dias a partir de 5 de fevereiro”, pode ler-se no decreto divulgado à imprensa e promulgado por Umaro Sissoco Embaló.
O decreto determina também o encerramento de todas as salas de espetáculos e recintos de diversão, “não sendo permitida a realização de bailes públicos, nem quaisquer manifestações lúdicas”.
Homens armados atacaram na terça-feira o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
O ataque causou pelo menos oito mortos, segundo o último balanço do Governo, que reviu em baixa o número de vítimas mortais.
O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a “gente relacionada com o tráfico de droga”.
O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou entretanto uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.
Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma força de apoio à estabilização do país.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.
Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.