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Promessas do MPLA em Malanje: “Enganam o povo para ganhar as eleições gerais”

O MPLA é acusado de recorrer a promessas eleitorais irrealizáveis em Malanje. A responsável da Direção de Informação e Propaganda dos camaradas na província reagiu e disse que o partido vai concluir o que prometeu.

Membros da sociedade civil em Malanje estão a criticar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) de recorrer a promessas eleitorais irrealizáveis. A quatro meses das eleições, enumeram-se os projetos que começaram em pleitos eleitorais anteriores, mas que ainda não foram concluídos.

O advogado Carlos Lucas critica o MPLA por não aprender com os seus erros, principalmente quando o assunto é a promessa eleitoral.

“Prometeu transformar Malanje num celeiro agrícola que por sua vez pudesse proporcionar a industrialização e de facto garantir uma quantidade enorme de empregos para a população. De lá para cá, aquilo foi só de dentro para fora, fizeram as promessas do ponto de vista prático, do ponto e vista da execução do mesmo, não se vislumbram sinais tangíveis”, acusa.

De acordo com o jurista, antes e depois das eleições gerais de 2017, os camaradas prometeram que seriam construídos 14 edifícios, um total de 212 apartamentos, no bairro Carreira de Tiros, em Malanje. No entanto, até então, nenhum edifício foi concluído.

“O mandato está praticamente no fim, faltando apenas 4 meses, até à presente data esses 14 edifícios não foram concluídos, de tal sorte que os malanjinos e fundamentalmente a juventude vive uma carência extremamente difícil no que diz respeito às questões ligadas a habitação”, conta.

Resposta do MPLA

Ema Massanga, a responsável da Direção de Informação e Propaganda do MPLA em Malanje alega que as acusações não são verdadeiras e garante que o partido vai atingir os seus objetivos.

“Não podem dizer que não estamos a cumprir, as obras do município de Malanje da centralidade já estão em construção, as coisas são para se ir fazendo, prometemos, mas estamos a cumprir. Não está concluído, mas estamos a fazer”, garante.

Apesar das alegações da responsável da Direção de Informação e Propaganda do MPLA, Carlos Lucas diz não ter dúvidas que as promessas em curso são irrealizáveis. O advogado acusa o Governo de “enganar o povo para ganhar as eleições”.

“Prometa e cumpra”

O ativista Basílio Fonseca, mais conhecido como o libertador, fala em falta de confiança.

“Prometa e cumpra. Quando se está cansado, as promessas são demais, abandone e deixe que o outro governa. Fazem mais é promessa nos períodos eleitorais, depois das eleições tudo é abandonado. Nós não confiamos nesse partido que nos governa porque nada faz mesmo”, afirma Fonseca.

Já o munícipe Tomás Francisco recorda as promessas “falhadas” do Governo de construir duas faculdades em Malanje, contribuindo para o empoderamento da população e, posteriormente, para o desenvolvimento da região.

O padre Dionísio Mukiji, da organização não governamental Justiça e Paz, lamenta a má conduta dos políticos e diz que os partidários devem ser penalizados no ato do voto.

“O que se prometeu nos anos anteriores muitas vezes até fica a desejar, porque o eleitor dá confiança a este político. O critério normalmente noutras paragens é ver se as promessas anteriores foram cumpridas, para as paragens onde a consciência de cidadania já é elevada, mas aquele que não cumpre normalmente fica penalizado”, diz o padre.

Arranque da Pré-Campanha Eleitoral

No arranque da Pré-Campanha Eleitoral do MPLA, que aconteceu no início de abril, em Ondjiva, o presidente do partido João Lourenço proferiu que embora o país tenha estado quase “parado” com a pandemia da Covid-19, foi possível concluir projetos na área social, como hospitais e escolas que melhoraram as condições de estudo das crianças.

As eleições gerais de Angola estão agendadas para o mês de agosto. Citado pelo Jornal de Angola, o diretor do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constitucional, Mauro Alexandre, confirmou que, até à data, estão habilitados a concorrer às eleições de 2022 onze partidos.

Entre eles estão o MPLA, a UNITA, a FNLA, o Bloco Democrático e o Partido de Renovação Social (PRS), o Partido Democrático para o Progresso de Aliança – Nacional Angolana (PDP-ANA), o Partido de Apoio para a Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), o Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), o Partido Pacífico Angolano (PPA), o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e o Partido Democrático do Atlântico (PDA).

 

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