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Angola: MANIFESTO DO PROJECTO DE SOCIEDADE ALTERNATIVA

MANIFESTO DO PROJECTO DE SOCIEDADE ALTERNATIVA

Angolanos e Angolanas,

A 11 de Novembro de 1975, foi fundado o Estado angolano, em acto solene no qual António Agostinho Neto proclamou a Independência de Angola. Depois de cerca de 500 anos de invasão, presença, ocupação e colonização, respectivamente, às mãos de Portugal, Nós passámos finalmente a ter país. Um país que seria governado com o objectivo de alcançar «a independência completa […], a construção de uma sociedade justa e de um Homem Novo», como refere o Texto da Proclamação da Independência de Angola.

Transcorridos 45 anos, porém, a História convoca-nos, a todos Nós, a reflectir no imenso projecto falhado em que se transformou a Angola fundada a 11 de Novembro de 1975, porquanto, efectivamente, o nosso percurso no tempo e no espaço tem sido marcado por uma infinidade inenarrável de tragédias, as quais transformaram Angola numa caricatura civilizacional, e a vida de milhões de Nós passou a valer pouco mais do que a de uma galinha. Exclusão política, guerra, genocídios, governação sem projecto, saque desbragado do erário, corrupção estrutural, nepotismo, tráfico de influências, branqueamento de capitais, caos económico, pobreza agreste, miséria e fome, subversão da democracia, falsificação de eleições, chantagem política etc. constituem os ingredientes de um prato amargo como absinto que o Partido-Estado tem servido aos Angolanos e Angolanas.

O «Homem Novo» (as gerações de Angolanos e Angolanas nascidos depois de 11 de Novembro de 1975) é uma ficção, porquanto a juventude angolana é uma massa quase amorfa e surrada cuja densidade é formada pela quantidade industrial de frustrações acumuladas ao longo de décadas por força da governação desastrosa e delinquente do MPLA, o partido hegemónico que tem cometido atrocidades que configuram crimes contra o Povo Angolano.

O actual Presidente da República, como os dois anteriores, é uma fraude. Está no cargo para reformar o País à medida das necessidades de sobrevivência do seu partido delinquente e garantir que o mesmo continue no poder em Angola nas próximas décadas, isto é, manter o País refém do perverso grupo hegemónico por muito mais tempo.

Para além do estado catastrófico da economia, do apocalipse social e dos escândalos de corrupção, a presidência do pretenso Reformador e Salvador de Angola tem mostrado e demonstrado que o projecto de poder do grupo hegemónico é mais importante do que o projecto de sociedade. O controlo partidário da Comissão Nacional Eleitoral, presidida por uma pessoa corrupta e tóxica, a subserviência nojenta do Tribunal Supremo, do Tribunal Constitucional e da Procuradoria-Geral da República ao Partido-Estado, o bloqueio à autarcização do País, o sequestro da liberdade de expressão e de imprensa nos meios de comunicação social públicos e sua gestão à luz de uma linha editorial sectária e partidária, o envolvimento do Presidente da República no escândalo de corrupção do chefe do seu gabinete, a veiculação de mentiras deslavadas em sede do Discurso sobre o Estado de uma Nação fictícia etc. indicam de forma inequívoca que João Lourenço e sua trupe mafiosa têm estado a mudar tudo para que nada mude. Sim, corrigir o que está mal e melhorar o que está bem tem sido uma miragem.

Quatro décadas e meia depois de 11 de Novembro de 1975, está evidente aos Angolanos e Angolanas que o MPLA não é a solução. O MPLA é o problema.

A História, mais do que convocar-nos a reflectir sobre Angola enquanto projecto falhado, pede-nos igualmente que tomemos posição enquanto Filhos e Filhas desta terra rica, legada pelos nossos ancestrais junto com um manancial riquíssimo de sentido de pertença, identidade e matriz cultural e política.

O MPLA perdeu a legitimidade de continuar a governar Angola. João Lourenço e o seu partido devem ser destituídos.

Quando os detentores do poder governam contra o Povo, este deve invocar e accionar o seu direito natural à desobediência generalizada e organizada. Desobedecer, destituir, destruir a trupe e seu líder, e entregar o poder a quem se afigure como alternativa melhor.

O Projecto de Sociedade Alternativa constitui uma resposta organizada ao imperativo histórico-político e político-filosófico de conceber, elaborar e executar a destituição de João Lourenço e seu MPLA do poder e garantir que este seja devolvido ao Povo, o qual, a seu tempo, o dará a quem estiver na posse de um patriotismo resgatador e do génio político necessário para promover a saída de Angola da grave crise de Estado em que se encontra há mais quatro de décadas.

Nós temos o direito natural de negar legitimidade ao actual Presidente da República e ao MPLA, rejeitar a presente ordem de coisas que beneficia os opressores e de resolver de forma inteligente e sistemática os nossos próprios problemas até termos o controlo de todo o País, ou seja, até vermos Angola livre tanto do líder da máfia como da organização mafiosa.

Se os sequestradores do poder negam o poder, o bem-estar social, a justiça e a democracia e o autogoverno ao Povo, então o único caminho para os referidos objectivos é o poder.

A 11 de Novembro de 2020, o Projecto de Sociedade Alternativa dará início ao movimento de assalto e tomada do poder em Angola.

Os subscritores do Manifesto do Projecto de Sociedade Alternativa.

Luanda, 7 de Novembro de 2020

Araújo Armando Manjor (KS)
Avisto Chongolola Mbota (BA)
Fábio Mbaxi (KN)
Hélder Catato (ME)
José Miranda (LA)
Leio Paxi (UE)
Nsalambi Waku Samuel (ZE)
Nuno Álvaro Dala (UE)
Pedro Gonga (ZE)
Rodino Ngumbe (BA)
Tomás Júnior (UE)
Xitu Milongo Ya Xitu (LA)
Zola Daniel Rafael (LA)

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