spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Angola: “Banco Central (BNA) reduz taxa de juro da facilidade de cedência de liquidez para 23%” — Comité de Política Monetária

O Banco Central (BNA) reduziu a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez de 25% para 23%, refere uma diretiva hoje publicada em conformidade com as decisões da última reunião do Comité de Política Monetária.

A facilidade permanente de cedência de liquidez é a operação através da qual os operadores comerciais recorrem ao banco central para obter crédito para financiar as suas atividades.

Segundo a diretiva n.º07/DME/2022, a taxa básica de juro do Banco Nacional de Angola (BNA) é fixada em 20% ao ano, a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez é fixada em 15% ao ano, e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez (FCO) é fixada em 23% ao ano.

O ajustamento da taxa de cedência de liquidez aos bancos comerciais, associado à redução do coeficiente de reservas obrigatórias, contribuirá para o desagravamento dos custos de intermediação financeira, sem que, no entanto, se altere a trajetória de redução da inflação que se observa desde o início do ano, segundo o Comité de Política Monetária.

Numa outra diretiva, o Banco Nacional de Angola (BNA) estabelece o período de uma semana para a constituição da base de incidência para o cálculo das reservas obrigatórias em moeda nacional e estrangeira.

O documento realça que o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional é de 17%.

A diretiva define os saldos elegíveis e não elegíveis para o cumprimento das reservas obrigatórias em moeda nacional, bem como o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira (22%).

O Banco Nacional de Angola (BNA) fixou em 100% os coeficientes de reserva obrigatória a aplicar sobre os saldos diários das contas do Governo central, governos locais e administrações municipais em moeda estrangeira.

Quanto à rubrica dos direitos creditórios, a diretiva compreende a 80% dos ativos representativos do valor dos desembolsos de crédito em moeda nacional em situação regular, referente a projetos dos setores da agricultura pecuária, silvicultura e pescas concedidos até 14 de abril de 2021, desde que sejam de maturidade residual igual ou superior a 24 meses.

A dedução efetiva dos créditos das reservas obrigatórias apenas deve ser efetuada após a validação do Gabinete de Acompanhamento de Crédito (GAC) e para os efeitos de dedução total ou parcial dos direitos creditórios, as instituições financeiras bancárias devem enviar a informação ao Gabinete de Acompanhamento de Crédito (GAC), com indicação dos créditos a deduzir das reservas obrigatórias inserem-se também na rubrica direitos creditórios.

Segundo o Banco Nacional de Angola (BNA), a economia global continua com perspetivas tendencialmente negativa, enquanto a economia angolana continua a beneficiar dos preços elevados de petróleo.

O saldo da conta de bens registou no primeiro semestre de 2022 um superavit acumulado de 18,1 mil milhões de dólares, um aumento de 94% comparativamente a igual período de 2021 (9,4 mil milhões de dólares). Este resultado reflete o aumento do valor das exportações em 74,8%, superior ao aumento de 41,5% das importações.

As projeções do setor externo para o segundo semestre de 2022 apontam para a manutenção de um saldo superavitário da conta corrente, influenciado, principalmente, pelas perspetivas do comportamento favorável do preço de petróleo no mercado internacional, não obstante o risco de subida dos preços dos produtos importados.

As reservas internacionais, no final de junho, situaram-se em 14,3 mil milhões de dólares, correspondente a uma cobertura de cerca de oito meses de importações de bens e serviços.

É expectável que a tendência de crescimento da economia nacional continue no segundo semestre de 2022, não obstante se reconhecer a existência de riscos provenientes das fortes incertezas e volatilidade que se fazem sentir no mercado internacional, indica o Banco Nacional de Angola (BNA).

O ‘stock’ de crédito ao setor privado em moeda nacional aumentou 281 mil milhões de Kwanzas (637 milhões de euros) no primeiro semestre de 2022, um crescimento de 8% sobre o ‘stock’ de dezembro 2021, sendo que 80% deste montante refere-se a crédito ao setor empresarial.

Por outro lado, a inflação continua o seu percurso de desaceleração.

Em junho, a inflação continuou a trajetória decrescente, tendo-se situado em 23%, abaixo dos 27,6% de janeiro e dos 25,8% de abril.

Este comportamento reflete o curso de política monetária, a apreciação do kwanza face ao dólar norte-americano e a estabilidade da oferta de bens essenciais de amplo consumo. Os preços de grande parte das classes que compõem o Índice de Preço no Consumidor Nacional (IPCN) têm desacelerado, com realce para as classes de alimentação e bebidas não alcoólicas, comunicações e de hotéis, cafés e restaurantes.

O Banco Nacional de Angola (BNA) perspetiva uma taxa de inflação ligeiramente abaixo de 18% no presente exercício económico, mantendo-se o objetivo de inflação em torno de um dígito no médio prazo.

A próxima reunião ordinária do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) realizar-se-á em 16 de setembro de 2022.

 

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados