O Banco Caixa Geral Angola (BCGA) tem estado a regularizar o crédito em incumprimento, sobretudo concentrado em operações realizadas em 2014 e 2015, e recuperou este ano 9 mil milhões de kwanzas (21 milhões de euros), segundo um administrador.
Francisco Rosado dos Santos, que falava hoje na apresentação da Oferta Pública Inicial de 25% das ações do banco detidas pela Sonangol, salientou que o banco “tem orgulho” na gestão da sua carteira de crédito em incumprimento.
“De facto, temos algumas operações no seu balanço, que temos vindo a gerir, mas que estão perfeitamente controladas em termos das garantias prestadas e do que são as expectativas de recuperação”, disse.
Segundo indiciou, “o banco tem neste momento um nível de imparidade que cobre 120% do crédito vencido do banco, o que nos dá muita tranquilidade para dormir, e sobre os créditos não performados, ou seja aqueles que vão pagando de vez em quando, mas que são estruturados, de quase 50% e isso dá-nos outro nível de tranquilidade”, afirmou o mesmo responsável.
Francisco Rosados dos Santos adiantou que este nível de incumprimento tem uma elevada concentração nos anos de 2014 e 2015, mas estas operações “estão a resolver-se”.
E deu como exemplo a resolução este ano de um destes créditos: “Conseguimos recuperar 9 mil milhões de kwanzas de crédito que estava em incumprimento e, com isso, o nosso custo de risco à data é altamente negativo”.
Quanto à performance do banco esperada para este ano, disse que decorre neste momento o processo de auditoria às contas semestrais, e que tudo aponta para que se cumpra o caminho já traçado, embora reconheça que há “riscos vários” que implicam uma “gestão muito conservadora” do banco.
O banco vai dispersar em bolsa 25% do seu capital, atualmente nas mãos da Sonangol, pelo que vai alterar em breve a sua composição acionista.
O Estado português, através da Caixa Geral de Depósitos, é atualmente o maior acionista do Caixa Angola (51%), sendo o restante capital distribuído pelos empresários angolanos António Mosquito e Jaime Freitas (12% cada um), Sonangol EP (24%) e Sonangol Holding (1%).
O lote de 25% do capital que vai ser alienado destina-se a três grupos de investidores: 15% do capital destina-se aos atuais acionistas angolanos, 2% a colaboradores e membros dos órgãos sociais e 8% ao público em geral.